A gratidão

Por - em 28 jan 16 8 anos atrás 778

A gratidão

A gratidão é uma virtude que se guarda no fundo do coração, porém poucos são os que fazem desta virtude um painel para guardar, sem a necessidade de buscar propagar, pois este dom apenas conforta e transmite a paz.

A gratidão é reflexo de tudo de bom que você pode guardar de alguém, em todos os sentidos, pois um simples gesto de carinho pode representar em grãos, milhares ensacados e um abraço, um infinito sossego.

O que temos notado que a gratidão vem perdendo a sua força, e com isso o mundo desconhece o mandamento maior de amar, de compreender que, num infinito da escuridão, uma vela já é suficiente para amenizar uma dor.

Devíamos ser gratos todos os dias, por mais um dia de vida, por momentos que nos foram tão caros, e pudéssemos esquecer que no palco do abandono nós somos os verdadeiros diretores deste espetáculo deprimente.

As nossas visões apenas mostram o lado bom das nossas vantagens, o campo visual não alcança o lado miserável dos que vivem em busca de um pouco de paz, e esta, já não comporta em sua mente sacrificada por sofrimentos.

Muitas vezes esquecemo-nos de nós mesmos, e não seguimos o caminho que nos mostra que em cada curva da vida a sempre um pouco de alegria mesclado pelo sofrimento, e estes sofrimentos já estejam trajados a rigor para participar da nossa caminhada.

Outras vezes optamos pelo silêncio que envolve o cotidiano, quando realmente deveríamos ser a porta voz de tudo que possamos encontrar, de tudo que se estende pelo lado da desigualdade, e ofusca o nosso transito pela vida.

Não gostaríamos de receber de alguém aquilo que não gostaríamos de fazer, não gostaríamos de chorar por dores que podem bater a nossa porta, e nem desejaríamos que estas dores fossem estendidas aos outros.

Nós temos os nossos períodos de bonança, da calma brisa de um vento a soprar em nossos rostos, de uma onde que se quebra de forma mansa aos nossos pés, mas às vezes o painel perde sua tinta e deslizamos pelo ralo da surpresa da vida.

A vida nos surpreende a cada instante, e a nossa programação pode na realidade não chegar a lugar nenhum, pois em determinado momento a bioquímica cerebral inventa de tumultuar os nossos pensamentos, e o que era felicidade se embota em pesadelo não esperado.

Os compartimentos da vida nestes tempos atuais se acham mais largos para as maldades, o que era a beleza da vida se tornou momento de solidão, o que se fazia papel de fraternidade foi substituída pelo desprezo e apatia.

O mundo era bem melhor quando  havia a lamparina como luz, quando o alimento era tirado do solo para saciar a fome, quando a benção era proteção diária para um sono tranquilo, quando acreditamos em milagres da vida e éramos garotos e  amávamos os nossos pais.

Rafael Holanda