O povo brasileiro e suas justas manifestações

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Impressionante como se busca soluções simplistas para atender aspirações que exigem soluções complexas, heterogêneas e de larga repercussão social. A gente brasileira entregou-se aos bens de uso comum do povo para pugnar a retribuição dos elevados encargos tributários que são pagos anualmente, pela reciprocidade do Estado nas áreas essenciais como Saúde, segurança Pública, Educação e Assistência social, para manifestar seu desalento e sua desesperança quanto as Instituições em face da corrupção endêmica, os desvios às escancaras, a multiplicidade e a sucessão de escândalos, a inação administrativa e os gastos imensuráveis no supérfluo em detrimento do prioritário e do imprescindível.

A atual situação da nossa sociedade nos faz evocar a indignação do grande Rui Barbosa cujo brado ainda que tenha sido há muito tempo, faz sentido e é digna de nossas reflexões pois ecoa agora em meio as multidões avassaladoras que se unificam em um canto de insurgência ante um desgoverno que se mostra atordoado, sem rumo e sem trilhos com trinta e nove pastas que de nada servem para materializar os justos anseios e as verdadeiras aspirações da nossa gente brasileira. Disse o grande Rui: “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto…” A simultaneidade de manifestações em todos os cantos da nação brasileira se traduz em imperativos morais num halo de nobre superioridade como preâmbulo do cautério salvador de encontro à chaga renitente do descaso, descompromisso inaptidão para o exercício das elevadas funções públicas com o escopo moralizador de salvaguardar a supremacia dos interesses públicos exauridos ante tanta agressão ingressam numa refrega sem tréguas a pugnar pela efetivação de medidas palpáveis, concretas, objetivas, diretas e não abstratas subjetivas vagas e aleatórias. Os brasileiros arrostam com impavidez a ira dos exauridos que lhes vergastam a dignidade aquecida ao calor de tantos desrespeitos que se alastra e desvaira o juízo coletivo e que assomam as almas simples nessa caudal de ações tão espontâneas quanto encorajadoras ao enfrentamento na busca das reformas além de institucionais, administrativas, políticas e jurídicas, a metamorfose moral e ética.

São enfim, brasileiros em luta sem deixar paralisar-lhes os sentimentos de dignidade, de honra, de solidariedade humana, embora, com travos de fel no coração, mas com intemerata dignidade, colimando, em meio aos rudes interesses. Jamais se deixando despojar-se de sua autonomia, da sua obstinação e de sua liberdade.

Temos todos que ser mais participativos e interagir diretamente com a comunidade no objetivo do emparceiramento com a Justiça e demais entidades que detém papel histórico na vida política do nosso País, como a CNBB, (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) entre outras, tendo por fito proporcionar uma visão mais ampla, moderna, arejada e dinâmica aos que fazem o serviço público, pois serão os mesmos sempre bem vindos. O grande Rui já dizia… “Há duas leis que regem o trabalho mental; a lei do mínimo esforço e a lei do máximo esforço. A Lei do mínimo esforço é a mascarilha do despreparo. É a rasoura achanando os níveis da cultura. É a guerra do passado aos mestres, às fontes vivas da língua. É a apologia do solecismo e do barbarismo” [Rui Barbosa: Coletânea Jurídica].

Vamos a luta num gratificante esforço conjunto em prol da decência, do respeito, por uma administração pública confiável, forte, altiva, dinâmica, reta, com credibilidade e induvidoso comportamento em claro sinal de apoio e solidariedade à corajosa atuação do povo brasileiro. Tal ação se traduzirá naquilo que efetivamente vem a ser nosso País que sempre soube bradar corajosa e bravamente em defesa do seu ideário pulsante no aço das suas veias com a Constituição Federal no coração, na mão e na consciência cidadã, plenamente lúcida da importância do seu desempenho e da responsabilidade que sempre assumira! Viva o Brasil!

Carlos Pessoa de Aquino