Ato realizado na Praia de Boa Viagem, na manhã deste domingo (3), chamou a atenção de quem passava pelo local. Panos pretos e placas fincadas na areia simbolizavam os dez parlamentares pernambucanos indecisos e os seis contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O ato partidário foi organizado pelo movimento Vem Para Rua. Cartazes com os dizeres “Fora Dilma”, “Fora Corrupção” e “Lula nunca mais” também foram colocados na praia. Confira abaixo a lista dos parlamentares que foram expostos pelo ato.

A ação é uma extensão do “Mapa do Impeachment”, um site que expõe a posição de cada político. Na areia, apenas os parlamentares estaduais. A movimentação foi pequena no local e, por volta das 10h30, o G1 estimou que vinte pessoas participavam do ato. O deputado federal Medonça Filho (DEM) compareceu à ação.

Para o porta voz do movimento, Gustavo Gesteira, a ação ainda é uma forma de fazer com que os parlamentares indecisos tomem uma atitude. “De um lado é um ato para conscientizar, para que as pessoas possam vir e terem conhecimento desses parlamentares, mas também é uma manifestação de indignação contra a falta de posicionamento de alguns deputados e senadores com o posicionamento contrário a maioria do povo brasileiro”, pondera ao dizer que o ato ainda serve para que o cidadão possa pensar e repensar seu voto.

Corretora Soraya Soares acredita que não há nada mais simbólico que o boneco de Lula vestido de presidiário (Foto: Thays Estarque/G1)

Com um mini pixuleco nos braços, a corretora de seguros, Soraya Soares, 54 anos, diz que quem votou contra o impeachment será lembrado nas próximas eleições. “Um voto a menos neles já é uma vitória”.

Na sua maioria, o ato apresenta um número elevado de pessoas mais velhas. A corretora vê essa percepção como se estivessem lutando pelo futuro dos mais novos. “Essa geração de vinte e poucos não tiveram as experiências e medos que já passamos. Foram poupados por nós, mas isso está mudando. Eles estão notando o rumo que o Brasil está tomando. Antigamente o jovem já saia da universidade com emprego garantido. Hoje, tem jovem que ganhava R$ 8 mil tentando vaga por R$ 2 mil”, acredita.

Contrário ao impeachment, o estudante alagoano João Vitor Ambrósio, de 25 anos, crê que o alto número de manifestações e atos estão destorcendo o foco, que é a luta contra a corrupção. “O povo tem que ser mais cauteloso, senão vira uma folia. O povo tem que ter consciência, ideia do que vai acontecer se tiver o impeachment. Porém, acho certo esse ato para dar nomes aos bois”, completa.

Estudante alagoano João Vitor Ambrósio é contrário ao impeachment, mas a favor de expor posicionamento de parlamentares (Foto: Thays Estarque/G1)

Já o corretor Ticiano Guedes, 31 anos, se diz totalmente a favor do movimento. “As manifestações se tornaram uma briga de partidos e isso atrapalha. Por isso sou a favor de que saibamos mais sobre esses políticos. Saber o que pensam diante disso tudo”.

“Abusado”. Foi assim que se classificou o estudante Augusto César da Silva, de 28 anos. Cansado de tanto jogo político, já perdeu as esperanças em uma solução próxima para o país. “Temos que expor mesmo. A vida deles é pública, eles escolheram estar ali”, se revolta.

Indecisos
Fernando Coelho Filho (PSB)
Fernando Bezerra (PSB)
Zeca Cavalcanti (PTB)
Adalberto Cavalcanti (PTB)
Tadeu Alencar (PSB)
Fernando Monteiro (PP)
Douglas Cintra (PTB)
Carlos Eduardo Cadoca (PCdoB)
Kaio Maniçoba (PMDB)
Jorge Côrte Real (PTB)
Sebastião Oliveira (PR)

Contra
Eduardo da Fonte (PP)
Luciana Santos (PCdoB)
Ricardo Teobaldo (PTN)
Sílvio Costa (PTdoB)
Wolney Queiroz (PDT)
Humberto Costa (PT)