
Banco Central projeta inflação fora da meta até 2027
Por *Com informações de Matheus Dias - em 6 minutos atrás 1
As projeções do Banco Central indicam que a inflação no Brasil deve permanecer acima da meta até o final do ano, o que manterá a taxa de juros elevada. Com o mês de junho se encerrando, o Ministério da Fazenda aguarda uma reunião com o Banco Central para discutir a taxa de juros. No início de julho, um novo balanço da inflação será divulgado, e as expectativas são de que o teto de 4,5% seja descumprido pelo sexto mês consecutivo. Quando isso ocorre, o presidente do Banco Central deve enviar uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos da alta inflacionária.
O economista Rodrigo Simões aponta que a inflação enfrenta dificuldades para ceder, com diversos fatores contribuindo para isso. Entre eles, estão os preços administrados, como a energia elétrica, que subiu mais de 3% devido ao período de estiagem e baixas temperaturas. Isso contribuiu para que o IPCA-15 registrasse um aumento de 0,26%. O governo brasileiro estabeleceu uma meta contínua de inflação de 3%, com uma margem de oscilação entre 1,5% e 4,5%. Em maio, a inflação atingiu 5,32%, e a divulgação do novo IPCA em 10 de julho deve indicar um acréscimo de 0,27%, descumprindo novamente o teto.
Rodrigo Simões explica que a demanda aquecida justifica o aumento dos preços, com mais pessoas comprando produtos, alimentos e serviços. A inflação de serviços também enfrenta dificuldades para baixar. A carta do presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve abordar as causas do descumprimento da meta, as medidas para regressar a inflação aos padrões estabelecidos e o prazo para isso. A última reunião do COPOM manteve a tendência de aumentar a taxa de juros, elevando a SELIC para 15% ao ano, a maior dos últimos 20 anos.
O Brasil agora ocupa a segunda posição no ranking de países com as maiores taxas de juros, atrás apenas da Turquia. Especialistas afirmam que o aumento da SELIC só terá efeitos reais na queda da inflação entre 6 e 18 meses. O Banco Central prevê que o IPCA retornará ao intervalo de metas entre 1,5% e 4,5% apenas no primeiro trimestre de 2026. Essa situação coloca um desafio significativo para a política econômica do país, que precisa equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento econômico.