Dilma afirma que resistirá ‘até o último minuto do segundo tempo’

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Dilma 3A presidente Dilma Rousseff recebeu jornalistas em seu gabinete na manhã desta quarta-feira (13) para dizer que vai lutar “até o último minuto do segundo tempo” para preservar o seu mandato. Mas não foi clara se essa reação inclui também recorrer à Justiça.

Ela chamou de “golpistas” todos aqueles que defendem o  impeachment. “Não importa se é um pedreiro, engenheiro, professor ou empresário. É golpista”, frisou, repetindo a estratégia de se colocar como vítima de um processo no Congresso.

Pacto
Durante uma conversa de pouco mais de duas horas, a presidente disse que, se vencer, vai propor um pacto político nacional, envolvendo todos os atores, inclusive a oposição. “A crise no país é tão grave que não há solução que não seja por meio de um pacto”, disse.  Se perder, se considera “uma carta fora do baralho”.

Na hipótese de permanecer, o pacto que pretende propor deve envolver, afirmou, todos os setores da sociedade – governo, oposição, empresários e trabalhadores. “Sem vencidos nem vencedores”, disse. Para ela, o pacto deve prever compromisso com reformas – entre as quais a reforma política

Cunha e Temer
Ela afirmou que o processo de impeachment decorre da vontade “do senhor presidente da Câmara”, que, em caso de impeachment, será o vice-presidente da República. E apontou a existência de uma “sociedade” entre Cunha e o vice-presidente Michel Temer.

Economia
Sobre a crise econômica, Dilma afirmou que foi intensificada pela crise política, mas não é decorrência exclusiva desta. “Nós estamos diante de uma situação em que há uma interação entre uma instabilidade política profunda, que há 15 meses afeta o país. Portanto, há uma interação entre a crise política com a econômica. Não digo que a crise econômica decorre da política, mas é bem intensificada”, disse.

Segundo ela, as medidas adotadas pelo governo adiaram a crise econômica no Brasil. “Não acho que tenha sido por conta das medidas anticíclicas as nossas mazelas. Nós adiamos a crise. Quando há quebra no ciclo econômico, a crise aparece. Nós temos desfunções. Nós precisamos ultrapassar essas disfunções. Acredito que tivemos um aprofundamento da crise derivado do fato de que, ao fazer a política anticíclica, derrubamos demais a arrecadação do país.”

Redação com G1