Dilma chama grampo de agressão à democracia e diz que vai investigar
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A presidente Dilma Rousseff declarou nesta quinta-feira (17) que a interceptação de uma conversa que ela teve por telefone com o ex-presidente e novo ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, é uma “agressão à democracia” e afirmou que o caso será investigado.
“Nós estamos diante de um fato grave, uma agressão não à minha pessoa, mas à cidadania, à democracia e à nossa Constituição”, disse Dilma durante cerimônia de posse de Lula como ministro e também de outros três ministros, na manhã de hoje em Brasília.
“Estaremos avaliando as condições desse grampo que envolve a Presidência da República. Nós queremos saber quem o autorizou, por que o autorizou e por que foi divulgado quando não continha nada, eu repito, nada que possa levantar qualquer suspeita sobre seu caráter republicano”, falou.
Escutas telefônicas
Na quarta-feira (16), cerca de duas horas após o Palácio do Planalto anunciar que Lula seria o novo ministro da Casa Civil, a Polícia Federal divulgou o conteúdo de conversas telefônicas de Lula, interceptadas com autorização da Justiça.
A divulgação ocorreu depois que o juiz Sérgio Moro, que coordena a Operação Lava Jato, quebrou o sigilo das investigações e, com isso, tornou públicas gravações contidas no processo.
Em uma das conversas, Dilma e Lula conversam por telefone a respeito do termo de posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil, que dá foro privilegiado ao petista.
Segundo interpretação dos investigadores, a gravação dá a entender que o governo federal teria agido para tentar impedir uma eventual prisão do ex-presidente. Essa gravação foi interceptada pela Polícia Federal poucas horas antes de ser divulgada, às 13h42 de quarta-feira (16).
Posse questionada
Nesta quinta-feira, a juíza da 22ª Vara Federal do Distrito Federal, Ivani Silva da Luz, acolheu denúncia feita pelo movimento Pátria Brasil contra o governo federal, que questiona a posse de Lula como ministro da Casa Civil.
No despacho, a magistrada diz que tem competência para julgar o caso e dá 48 horas para o governo se manifestar sobre o caso. Após esse período, a juíza deve decidir, em primeira instância, se Lula será mantido ou afastado do cargo.
Redação