Empréstimo consignado do Auxílio Brasil deve começar em setembro, diz ministro da Cidadania
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O ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, afirmou nesta quarta-feira (17) que o empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil deve começar em setembro. Ele, porém, não cravou um data.
A lei que permite esse tipo de crédito — com desconto direto na fonte — foi sancionada no começo do mês pelo presidente Bolsonaro. Um decreto regulamentando as concessões foi publicado na semana passada, mas ainda não é possível fazer o empréstimo.
O Ministério da Cidadania ainda editará normas complementares para que as instituições financeiras possam dar início às operações de crédito. As normas, segundo o ministro, devem ser publicadas até o início de setembro, para que o empréstimo esteja liberado aos beneficiários do Auxílio Brasil no mesmo mês.
“A lei foi aprovada, sancionada pelo presidente, logo em seguida o presidente assinou um decreto. A portaria, o sistema para concessão, habilitação, homologação dessas empresas, uma série de documentos também. Acredito que até início do mês que vem seja tudo regulamentado”, afirmou o ministro, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. “Em setembro deve estar operacional”, completou Bento.
17 instituições financeiras homologadas
O ministro comentou o fato de que grandes bancos privados afirmaram que não vão ofertar a linha de crédito. Para ele, isso não significa desinteresse do mercado em oferecer crédito vinculado ao Auxílio Brasil.![]()
“Hoje já temos quase 17 instituições financeiras homologadas pelo ministério da Cidadania aptas à concessão do empréstimo consignado. É um número que mostra o interesse do mercado em estar disponibilizando o crédito consignado a essa população”, disse Bento, sem citar nomes das empresas.
O ministro defendeu ainda a concessão do crédito como uma forma de dar autonomia à população.
“O objetivo nosso é democratizar o acesso ao crédito. Com o auxílio, bancarizamos grande parte dessa população para fim de melhoria da sua qualidade de vida. Quando você coloca à disposição o direito ao crédito consignado, você está dirigindo a elas mais uma ferramenta para busca dessa autonomia que elas merecem”, argumentou.
Críticas
A oferta de crédito consignado por meio do Auxílio Brasil tem sido criticada por especialistas e entidades. Eles alegam que a medida é perigosa, porque os recursos do programa de transferência de renda costumam ser utilizados para gastos básicos de sobrevivência. Com o empréstimo, no entanto, o cidadão pode ter até 40% do benefício descontado antes do pagamento.
Bento afirmou que, muitas vezes, os beneficiários do Auxílio Brasil recorriam a agiotas, sem proteção dos órgãos de defesa do consumidor. Agora, segundo ele, terão acesso à crédito formal com todos os direitos inclusos. “O propósito é isso, democratização do acesso ao crédito formal, com proteção. Quando essas pessoas recorrem ao mercado informal, na mão de agiota, não há sistema de proteção de defesa do consumidor.”
Empreendedorismo
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Erik Figueiredo, que também estava na entrevista, afirmou que, ao ter acesso ao microcrédito, uma das opções para os beneficiários é empreender. Especialmente, segundo Figueiredo, aqueles que já tinham uma atividade informal.
“Pode ser efetivo para superação da pobreza, caso já tenha negócio pregresso”, afirmou Figueiredo.
O ministro lembrou que os beneficiários do Auxílio Brasil podem virar Microempreendedores Individuais (MEIs) sem perder o auxílio.
Questionado sobre a manutenção do valor mínimo do Auxílio Brasil em R$ 600, Bento disse que essa é a prioridade do governo.
Por lei, o valor mínimo é R$ 600, mas uma emenda à Constituição ampliou em R$ 200.
Redação com UOU
