Inquérito que cita Lula na Zelotes deve continuar, diz MPF

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O Ministério Público Federal vai manifestar opinião favorável à manutenção do inquérito 1621, de 2015, que investiga, no âmbito da Operação Zelotes, o suposto envolvimento de outros servidores públicos na “compra de medidas provisórias”, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Advogados dos réus e do presidente Lula questionam mais um inquérito para tratar do caso além da ação penal que já tramita na Justiça.

De acordo com informações, apuradas, a manifestação será enviada à Justiça Federal nesta sexta-feira (5), quando os procuradores irão reforçar que estão de acordo com o ofício escrito pelo delegado Marlon Cajado, da Polícia federal, apresentado à Justiça na terça-feira (2), em defesa da continuidade do novo inquérito 1621.

Na opinião do Ministério Público Federal, o inquérito não trata do mesmo objeto denunciado na ação penal já que o 1621 investiga outros episódios envolvendo a mesma organização criminosa denunciada em dezembro de 2015 ou a suspeita de participação de outras pessoas nos atos mencionados no processo.

A celeuma em torno desta investigação nasceu de reclamação feita por defensores de investigados no caso. Eles apontam que o inquérito tem como foco o mesmo objeto de denúncia apresentada no fim do ano passado, o que é proibido.

Após a reclamação desses advogados, o delegado Cajado explicou ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10 ª Vara Federal de Brasília, que precisava de mais tempo para apurar o suposto envolvimento de outros oitos servidores públicos e por isso abriu o novo inquérito. O ofício tornou-se público nesta quinta-feira (4) e o teor dele foi publicado pela imprensa.

Além do ex-presidente Lula, aparecem na lista de servidores investigados por Cajado Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil no governo do ex-presidente, e Gilberto Carvalho, ministro no governo Lula e no primeiro mandato do governo Dilma Rousseff.

Após a divulgação desta informação, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, criticou a medida dotada pelo delegado. “Nada justifica a conduta do Delegado Federal Marlon Cajado ao afirmar que o ex-Presidente Lula seria investigado no Inquérito 1621/2015. O ex-Presidente foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados. Não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento”, afirmou por e-mail.

Até agora, Lula deu informações à Operação Zelotes somente como forma de colaboração. O Instituto Lula, que o representa, vem dizendo que ele não é investigado ou testemunha.

G1