Michelle Bolsonaro diz que parte dos móveis da Alvorada eram seus: ‘Usei os meus lençóis na minha cama’
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A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) respondeu em uma publicação nos stories do Instagram sobre o paradeiro dos móveis do Palácio da Alvorada. De acordo com Michelle, as peças pertencentes à União estão no depósito da residência oficial. Ainda segundo ela, os lençóis utilizados durante os quatro anos da gestão de Bolsonaro foram trazidos de sua casa no Rio de Janeiro.
A Presidência da República anunciou, na semana passada, que, dos 261 móveis do Palácio da Alvorada dados como desaparecidos no início do ano, 83 ainda não foram localizados (32%). Sem citar Lula (PT) ou a atual primeira dama Janja, a presidente do PL Mulher ironiza as cobranças da Presidência e sugere “CPI dos Móveis”.
— Esses móveis estão ou no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da Presidência. Existem esses depósitos, com várias cadeiras, sofás, mesas, quadros, e você pode fazer esse rodízio. Quando a Marcela Temer me apresentou o Alvorada, em 2018, ela me falou dessa possibilidade e da possiblidade de eu trazer os meus móveis da minha casa e poder utilizá-los no Alvorada.
Michelle afirma ter ficado dormindo na cama do Alvorada por seis meses até a mudança da sua casa chegar.
— Então nós tiramos os móveis, colocamos esses móveis no depósito, eu coloquei os móveis do meu quarto e os móveis da sala — afirma, reforçando: — Então que fique bem claro que os móveis que saíram do quarto e da sala eram os móveis da minha casa, minha casa no Rio de Janeiro, assim como mostro nos registros de Natais, de momentos em família, e eu tenho como provar.
Na primeira semana de governo do Lula (PT), Janja abriu as portas do palácio e mostrou infiltrações, janelas quebradas e casos de má-conservação do patrimônio presidencial. Entre os problemas identificados pela nova gestão, estava também o desaparecimento de algumas peça do mobiliário. Por conta dos danos identificados no palácio, a mudança de Lula e Janja para o Alvorada aconteceu apenas em meados de fevereiro. O estado da residência presidencial foi a justificativa apresentada pela Secretária de Comunicação para uma série de compras feitas pelo novo governo para o local.
“A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens. Os móveis adquiridos agora integram o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem”, afirmou a Secom por meio de nota.
“Se o Palácio não tivesse sido encontrado nas condições em que foi, não teria sido necessário efetuar a compra de móveis”, concluiu o órgão.
Durante as publicações nos stories, Michelle Bolsonaro não cita nominalmente Lula ou Janja, mas ironiza que “os que pregam a humildade, a simplicidade, não querem viver no simples”, e que estariam “zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte”.
— Nós ficamos por quatro anos no Alvorada, nós não fizemos nenhuma licitação de enxoval. Não tinha uma roupa de cama descente. Usei os meus lençóis na minha cama porque eu entendi o momento que nós estávamos vivendo. Agora eu sugiro a CPI dos Móveis da Alvorada — diz Michelle.
Após os vídeos em resposta a uma seguidor, Michelle publicou fotos de festas no Alvorada para mostrar os móveis e peças que seriam suas.
Gasto de quase R$ 200 mil
O governo federal gastou R$ 196.770 com apenas seis peças de móveis para a decoração da suíte presidencial do palácio do Alvorada. Parte das compras — uma cama, dois sofás e duas poltronas — foram feitas em uma loja de decoração em Brasília, com um colchão “king size” sendo adquirido em outra loja.
Os itens mais caros são o sofá, que possui um mecanismo para reclinar cabeça e pés, por R$ 65.140, e a cama, por R$ 42.230, com ambas as peças sendo revestidas em couro italiano 100% natural com tratamento exclusivo para evitar ressecamento, segundo dados obtidos pela Folha de S. Paulo via Lei de Acesso à Informação.
Redação com Instagram