Moro manda soltar ex-marqueteiro do PT João Santana, preso na Lava Jato
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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, mandou soltar o ex-marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana nesta segunda-feira (1º).
A fiança estipulada para João Santana foi R$ 2.756.426,95, valor correspondente ao que já bloqueado das contas correntes dele. O publicitário não pode trabalhar direta ou indiretamente em campanhas eleitorais no Brasil.
Nesta manhã, o juiz Sérgio Moro já havia determinado a soltura da mulher de Santana, Monica Moura. O casal foi preso durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, em fevereiro deste ano. Os dois estão detidos na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, foram encontrados indícios de que Santana recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à Odebrecht, entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. De acordo com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), o dinheiro é oriundo de propina de contratos na Petrobras.
Para Monica Moura, Moro estipulou fiança de R$ 28,7 milhões. Este montante já estava bloqueado pela Justiça e se tornou uma espécie de cheque-caução para o caso de Mônica descumprir as condições estabelecidas por Moro para a soltura.
O dinheiro está sob custódia do Judiciário, e a destinação final dele depende da sentença dada pelo juiz no final do processo.
Além disso, eles estão proibidos de manter contato com outros acusados ou investigados na Operação Lava Jato e também destinários dos serviços eleitorais que prestaram. João Santana e Mônica Moura també devem comparecer a todos os atos do processo, a não ser quando sejam dispensados pela Justiça.
Segundo a denúncia, houve pagamento de propina para Renato Duque e Pedro Barusco nesses contratos. Ambos têm condenação na Lava Jato. Duque está preso no CMP, e Barusco cumpre pena regime aberto diferenciado – que estabelece recolhimento domiciliar durante a noite e nos fins de semana e feriados.
A Keppel Fels também tinha contratos com a Sete Brasil para construção de sondas que chegam a R$ 185 milhões.
Segundo as investigações, um terço da propina paga nesses contratos foi dividido entre o ex-presidente da Sete Brasil João Ferraz e os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa – todos são colaboradores da Lava Jato.
Quando Zwi foi preso, a defesa dele afirmou que o engenheiro só falaria nos autos do processo e que considerava a prisão desnecessária.
G1