Partidos de esquerda do Brasil articulam frente para enfrentar Dilma nas próximas eleições
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Pequenos partidos de esquerda como o PSTU, PSOL e o PCB tentam formar, em nível nacional, uma frente para disputar as próximas eleições presidenciais. Líderes destas legendas articulam uma nova linha, diferente das últimas disputas, quando optaram por lançar candidatos próprios aos cargos majoritários. A intenção desta vez é unir as legendas na campanha majoritária, ao Senado e também uma chapa completa para deputado federal, na tentativa de eleger representantes dos partidos no Legislativo.
A formação da frente é uma proposta defendida nos Estados e conta com o aval do comando nacional dos três partidos, mas enfrenta em nível nacional algumas resistências em função de disputas internas. Em recente documento, divulgado nacionalmente, o PSTU afirma que, “a cada dia que passa, a mídia empreende um esforço cada vez maior para que o povo acredite que as únicas alternativas possíveis nas próximas eleições são, por um lado, a candidatura da presidenta Dilma Roussef (PT) ou, por outro, os candidatos da direita e dos conservadores representados pelo PSDB (Aécio Neves), ou o PSB (de Eduardo Campos e Marina Silva). Estes dois campos políticos, no entanto, representam o mesmo modelo econômico e o mesmo projeto para o país, que privilegia os bancos, grandes empresas e o agronegócio em detrimento das necessidades e reivindicações dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude”.
Leia, adiante, a íntegra do documento do PSTU:
Este quadro reforça ainda mais a necessidade da apresentação de uma alternativa de classe e socialista que seja, no processo eleitoral, a expressão das lutas, das reivindicações e das necessidades dos trabalhadores e da juventude do nosso país. É neste contexto que o PSTU decidiu lançar a pré-candidatura do seu presidente nacional, o metalúrgico Zé Maria, à presidência da República. E o faz reafirmando, ao mesmo tempo, o chamado feito anteriormente ao PSOL e PCB no sentido da constituição de uma Frente de Esquerda que apresente uma única candidatura em 2014.
No sentido de contribuir para esta discussão, e frente às decisões tomadas no recente congresso nacional realizado pelo PSOL, nosso partido apresenta algumas ponderações políticas que julgamos importantes. São ponderações de um partido que acredita que a alternativa que uma Frente de Esquerda precisa apresentar nas eleições deve ser classista e socialista, ou seja, que defenda mudanças profundas e radicais na sociedade em que vivemos, para acabar com o privilégio dos ricos e poderosos e assegurar vida digna aos trabalhadores e ao povo pobre.
A nosso ver a candidatura da frente deverá estar comprometida e a serviço das lutas e das reivindicações dos trabalhadores e da juventude brasileira. Deverá estar comprometida e a serviço das lutas do povo pobre das periferias dos grandes centros urbanos em defesa de seus direitos e contra a violência policial, que é hoje um verdadeiro flagelo para a juventude negra e pobre nas grandes cidades.
Deve ser, portanto, uma candidatura que se localize na oposição de esquerda ao governo do PT e dos governos estaduais, do PSDB, do PMDB, do PSD, do PSB, etc.. Deve defender um programa que aponte as mudanças de fundo que precisamos fazer no país, tais como o fim do modelo econômico vigente; o não pagamento das dívidas externa e interna aos banqueiros e agiotas internacionais; a estatização do sistema financeiro; o fim das privatizações e reestatização dos empresas privatizadas; a expropriação e estatização das grandes propriedades rurais para colocar a terra a serviço da produção de alimentos para o povo, etc. Estas e outras medidas são fundamentais para que os recursos e a riqueza que o país possui sejam usados para beneficiar a população, e não para aumentar os lucros dos grandes empresários como acontece hoje.
Uma alternativa classista e socialista: A candidatura da Frente de Esquerda precisa defender o fim dos privilégios às grandes empresas, o fim dos subsídios e isenções fiscais, e que os recursos públicos sejam utilizados para assegurar a toda a população saúde, educação, moradia, transporte, lazer, públicos, gratuitos e de qualidade. Deve estar à serviço da luta para acabar com abusos como o que vivemos hoje, onde bilhões e em recursos públicos são canalizados para a Copa do Mundo e para a FIFA, enquanto os hospitais e escolas do país estão caindo aos pedaços.
Deve lutar contra a criminalização das lutas dos trabalhadores e da juventude, contra a violência policial e do Estado, que se abate contra toda luta ou manifestação de jovens ou de trabalhadores em um país onde lutar pelos direitos passou a ser crime. Deve lutar contra a criminalização da pobreza que, com as UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora) de Sérgio Cabral (PMDB) no Rio, com ROTA do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, e nos estados país afora, agridem e assassinam milhares de “Amarildos” e “Douglas” todos os anos. Deverá estar na linha de frente na luta contra a violência e toda forma de discriminação contra as mulheres, negros e negras e homossexuais.
E deve apostar sua energia na organização e na luta dos trabalhadores e da juventude para que estas mudanças possam ser realizadas no Brasil. Elas não serão feitas através de um sistema eleitoral controlado pelo poder econômico, de um Congresso Nacional que funciona de costas para o povo, de um Judiciário que, sempre tarda e falha quando se trata de defender os direitos dos pobres, ou de uma Presidência da República que teve sua campanha financiada pelos bancos e grandes empresas. A corrupção é a marca destas instituições, e as mudanças que o povo precisa no país serão feitas contra elas e não através delas.
Para isso, essa candidatura precisa recusar o caminho da conciliação de classes e da aliança com os empresários que foi trilhado pelo PT. Precisa se comprometer a não aceitar recursos da burguesia para o financiamento de sua campanha e deve dar ampla divulgação à origem dos recursos que serão utilizados. Deve assumir compromisso público de que não haverá alianças com setores da burguesia na campanha em nível nacional e em nenhum estado. E de que tampouco serão formados governos com participação de setores da burguesia, como acontece hoje em Macapá.
São ponderações que fazemos no debate em curso porque o proposta de candidatura que surgiu do congresso do PSOL – senador Randolfe Rodrigues – tem atuado e se posicionado politicamente de forma diversa, às vezes oposta pelo vértice, à maior parte do que está postulado acima. Isto estabeleceria uma contradição em si com o caráter da alternativa que precisamos apresentar nas eleições.
São questões que precisamos enfrentar de forma franca e aberta para construirmos as condições para uma Frente de Esquerda. Obviamente, se avançamos e superamos estas contradições, a construção da candidatura única dos partidos implicaria ainda em acertos importantes como a divisão do tempo de TV e na estruturação da frente nacionalmente e nos estados, para que se respeite a representação de cada partido.
Este é o nosso posicionamento. É para defendê-lo, e para contribuir no esforço para a construção desta alternativa unitária da esquerda para a Presidência da República em 2014 que o PSTU apresenta a pré-candidatura do metalúrgico Zé Maria, presidente nacional do nosso partido.
A formação da frente é uma proposta defendida nos Estados e conta com o aval do comando nacional dos três partidos, mas enfrenta em nível nacional algumas resistências em função de disputas internas. Em recente documento, divulgado nacionalmente, o PSTU afirma que, “a cada dia que passa, a mídia empreende um esforço cada vez maior para que o povo acredite que as únicas alternativas possíveis nas próximas eleições são, por um lado, a candidatura da presidenta Dilma Roussef (PT) ou, por outro, os candidatos da direita e dos conservadores representados pelo PSDB (Aécio Neves), ou o PSB (de Eduardo Campos e Marina Silva). Estes dois campos políticos, no entanto, representam o mesmo modelo econômico e o mesmo projeto para o país, que privilegia os bancos, grandes empresas e o agronegócio em detrimento das necessidades e reivindicações dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude”.
Leia, adiante, a íntegra do documento do PSTU:
Este quadro reforça ainda mais a necessidade da apresentação de uma alternativa de classe e socialista que seja, no processo eleitoral, a expressão das lutas, das reivindicações e das necessidades dos trabalhadores e da juventude do nosso país. É neste contexto que o PSTU decidiu lançar a pré-candidatura do seu presidente nacional, o metalúrgico Zé Maria, à presidência da República. E o faz reafirmando, ao mesmo tempo, o chamado feito anteriormente ao PSOL e PCB no sentido da constituição de uma Frente de Esquerda que apresente uma única candidatura em 2014.
No sentido de contribuir para esta discussão, e frente às decisões tomadas no recente congresso nacional realizado pelo PSOL, nosso partido apresenta algumas ponderações políticas que julgamos importantes. São ponderações de um partido que acredita que a alternativa que uma Frente de Esquerda precisa apresentar nas eleições deve ser classista e socialista, ou seja, que defenda mudanças profundas e radicais na sociedade em que vivemos, para acabar com o privilégio dos ricos e poderosos e assegurar vida digna aos trabalhadores e ao povo pobre.
A nosso ver a candidatura da frente deverá estar comprometida e a serviço das lutas e das reivindicações dos trabalhadores e da juventude brasileira. Deverá estar comprometida e a serviço das lutas do povo pobre das periferias dos grandes centros urbanos em defesa de seus direitos e contra a violência policial, que é hoje um verdadeiro flagelo para a juventude negra e pobre nas grandes cidades.
Deve ser, portanto, uma candidatura que se localize na oposição de esquerda ao governo do PT e dos governos estaduais, do PSDB, do PMDB, do PSD, do PSB, etc.. Deve defender um programa que aponte as mudanças de fundo que precisamos fazer no país, tais como o fim do modelo econômico vigente; o não pagamento das dívidas externa e interna aos banqueiros e agiotas internacionais; a estatização do sistema financeiro; o fim das privatizações e reestatização dos empresas privatizadas; a expropriação e estatização das grandes propriedades rurais para colocar a terra a serviço da produção de alimentos para o povo, etc. Estas e outras medidas são fundamentais para que os recursos e a riqueza que o país possui sejam usados para beneficiar a população, e não para aumentar os lucros dos grandes empresários como acontece hoje.
Uma alternativa classista e socialista: A candidatura da Frente de Esquerda precisa defender o fim dos privilégios às grandes empresas, o fim dos subsídios e isenções fiscais, e que os recursos públicos sejam utilizados para assegurar a toda a população saúde, educação, moradia, transporte, lazer, públicos, gratuitos e de qualidade. Deve estar à serviço da luta para acabar com abusos como o que vivemos hoje, onde bilhões e em recursos públicos são canalizados para a Copa do Mundo e para a FIFA, enquanto os hospitais e escolas do país estão caindo aos pedaços.
Deve lutar contra a criminalização das lutas dos trabalhadores e da juventude, contra a violência policial e do Estado, que se abate contra toda luta ou manifestação de jovens ou de trabalhadores em um país onde lutar pelos direitos passou a ser crime. Deve lutar contra a criminalização da pobreza que, com as UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora) de Sérgio Cabral (PMDB) no Rio, com ROTA do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, e nos estados país afora, agridem e assassinam milhares de “Amarildos” e “Douglas” todos os anos. Deverá estar na linha de frente na luta contra a violência e toda forma de discriminação contra as mulheres, negros e negras e homossexuais.
E deve apostar sua energia na organização e na luta dos trabalhadores e da juventude para que estas mudanças possam ser realizadas no Brasil. Elas não serão feitas através de um sistema eleitoral controlado pelo poder econômico, de um Congresso Nacional que funciona de costas para o povo, de um Judiciário que, sempre tarda e falha quando se trata de defender os direitos dos pobres, ou de uma Presidência da República que teve sua campanha financiada pelos bancos e grandes empresas. A corrupção é a marca destas instituições, e as mudanças que o povo precisa no país serão feitas contra elas e não através delas.
Para isso, essa candidatura precisa recusar o caminho da conciliação de classes e da aliança com os empresários que foi trilhado pelo PT. Precisa se comprometer a não aceitar recursos da burguesia para o financiamento de sua campanha e deve dar ampla divulgação à origem dos recursos que serão utilizados. Deve assumir compromisso público de que não haverá alianças com setores da burguesia na campanha em nível nacional e em nenhum estado. E de que tampouco serão formados governos com participação de setores da burguesia, como acontece hoje em Macapá.
São ponderações que fazemos no debate em curso porque o proposta de candidatura que surgiu do congresso do PSOL – senador Randolfe Rodrigues – tem atuado e se posicionado politicamente de forma diversa, às vezes oposta pelo vértice, à maior parte do que está postulado acima. Isto estabeleceria uma contradição em si com o caráter da alternativa que precisamos apresentar nas eleições.
São questões que precisamos enfrentar de forma franca e aberta para construirmos as condições para uma Frente de Esquerda. Obviamente, se avançamos e superamos estas contradições, a construção da candidatura única dos partidos implicaria ainda em acertos importantes como a divisão do tempo de TV e na estruturação da frente nacionalmente e nos estados, para que se respeite a representação de cada partido.
Este é o nosso posicionamento. É para defendê-lo, e para contribuir no esforço para a construção desta alternativa unitária da esquerda para a Presidência da República em 2014 que o PSTU apresenta a pré-candidatura do metalúrgico Zé Maria, presidente nacional do nosso partido.
Fonte: PBHOJE