Senadores batem boca em plenário ao discutir sobre depoimento de Lula
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Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) bateram boca nesta segunda-feira (7) quando discutiam sobre o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 24ª fase da operação Lava Jato, na última sexta-feira.
Lula foi levado à Polícia Federal, em São Paulo, por condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a comparecer frente a uma autoridade policial. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação foi deflagrada para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, supostamente praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao ex-presidente Lula e a pessoas associadas a ele.
“Eu estou criticando o caráter partidarizado da operação Lava Jato. Protegem tucanos. Tucano nunca gostou de investigação no Brasil. Sabem quantas operações a Polícia Federal fez em oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso? Só 48 operações. Eu conheço vocês [políticos do PSDB] do VLT de São Paulo, do ‘tremsalão’, conheço vocês do merendão”, disse Lindbergh, fazendo referência à suposta participação de políticos do PSDB em escândalos de corrupção na capital paulista.
O senador Aloysio Nunes se irritou com as colocações de Lindbergh Farias, chamando-as de “infâmias”. “Não venha com suas infâmias. O senhor é um fanático, caluniador. Esse discurso estercorário. O senhor está sujando a tribuna do Senado”, bradou Aloysio Nunes contra o colega petista.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), também se exaltou contra Lindbergh. “Na época do Fernando Henrique Cardoso não havia uma organização criminosa comandando o Brasil, senador Lindbergh”, contestou Cássio Cunha Lima.
Antes da discussão entre Lindbergh e os senadores tucanos, os parlamentares já utilizavam a palavra para comentar a 24ª fase da Lava Jato. Oposicionistas diziam que não há ninguém acima da lei, nem mesmo o ex-presidente Lula, que não possa ser alvo de investigações.
Senadores da base aliada afirmavam que a condução coercitiva de Lula feria o estado democrático de direito, uma vez que o petista “nunca se negou a prestar depoimento” quando convocado.
G1