Supremo rejeita recurso da Câmara e mantém decisão sobre impeachment
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O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta quarta-feira (16) um recurso da Câmara e manteve regras definidas em dezembro pela própria Corte para o rito do impeachmentda presidente Dilma Rousseff.
Por 9 votos a 2, a Corte fixou a impossibilidade de chapas ou candidaturas avulsas para composição da comissão especial daCâmara que analisará as acusações.
Além disso, determinou que a votação para escolha dos integrantes do colegiado seja aberta, mostrando a opção de cada deputado, pela aprovação ou rejeição da comissão formada por indicação dos líderes.
A maioria dos ministros também votou para permitir que o Senado rejeite a instauração do processo – que leva ao afastamento temporário da presidente –, mesmo após decisão contrária da Câmara, em favor da abertura do processo.
O recurso da Câmara buscava manter comissão especial que havia sido formada com chapa alternativa — com deputados não indicados por líderes dos partidos e de majoritariamente de oposição a Dilma — e eleita por votação secreta do plenário.
Barroso rebateu ainda o outro ponto levantado nos embargos de declaração, de que a votação para a comissão especial deve ser secreta e não aberta. Cunha argumentou que as eleições previstas para a Câmara, como para membros de comissões temáticas, são secretas.
Ele também sustentou que a votação para a comissão na época do impeachment do ex-presidente Fernando Collor só foi aberta somente porque não havia disputa entre chapa alternativa e chapa oficial.
“A votação foi efetiva e concretamente aberta. O argumento de que se mudou de secreto para aberta porque não havia disputa não é dispensável [da votação aberta no caso do impeachment de Dilma]”, disse Barroso.
Barroso destacou ainda que a regra geral deve ser de votação aberta e disse que dispositivos previstos no regimento da Câmara que estabeleçam eleição secreta são inconstitucionais. “Uma menção genérica que permita voto sigiloso em toda e qualquer eleição é patentemente inconstitucional. A votação aberta é a regra geral”, disse.
Barroso concluiu seu voto dizendo que o tribunal não incorreu em “omissão, incoerência ou obscuridades” no julgamento sobre o rito de impeachment. “Todos os pontos questionados foram enfrentados pelo tribunal de forma clara, coerente e fundamentada”, disse.
“Teríamos que permitir candidaturas avulsas. Senão não seria caso de eleição. […] Isso subtrai a representação popular, porque o cidadão votou num determinado deputado, que está manietado. Onde na Constituição está que isso é uma escolha do líder partidário? Estamos trocando a representação de 513 por 28 líderes partidários, ou menos porque há os blocos”, afirmou Toffoli.
Ele também rechaçou o voto aberto para escolha da comissão. “Se a eleição não é secreta ela não é livre! Onde que há eleição livre aberta? Talvez em países autoritários, talvez em países comunistas. Em países democráticos não há que se falar em eleição aberta como eleição livre, porque aí de eleição não se trata mais!”, exclamou.
No mesmo sentido, Gilmar Mendes afirmou que se só pudesse haver candidaturas únicas, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara, por exemplo, seria uma “ficção”.
“O balão de oxigênio que a Corte deu à presidente não foi efetivo, não se conseguiu pactuação. E agora estamos diante desse quadro talvez mais caricato que a nacionalidade tenha enfrentado. Busca-se o ex-presidente em São Bernardo para a chefia da Casa Civil, com o objetivo de dar sobrevida ao governo e de lhe dar algum conforto no foro privilegiado. Causando-nos desconforto. Quase que uma acusação de que essa Corte será complacente com os malfeitos”, disse Gilmar Mendes.
Ele também rechaçou o voto aberto para escolha da comissão. “Se a eleição não é secreta ela não é livre! Onde que há eleição livre aberta? Talvez em países autoritários, talvez em países comunistas. Em países democráticos não há que se falar em eleição aberta como eleição livre, porque aí de eleição não se trata mais!”, exclamou.
No mesmo sentido, Gilmar Mendes afirmou que se só pudesse haver candidaturas únicas, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara, por exemplo, seria uma “ficção”.
“O balão de oxigênio que a Corte deu à presidente não foi efetivo, não se conseguiu pactuação. E agora estamos diante desse quadro talvez mais caricato que a nacionalidade tenha enfrentado. Busca-se o ex-presidente em São Bernardo para a chefia da Casa Civil, com o objetivo de dar sobrevida ao governo e de lhe dar algum conforto no foro privilegiado. Causando-nos desconforto. Quase que uma acusação de que essa Corte será complacente com os malfeitos”, disse Gilmar Mendes.
G1