Velório marca dias mais tristes da vida em Chapecó

Por - em 8 anos atrás 532

velório arena condá (Foto: Felippe Costa / GloboEsporte.com)Funcionária da Chapecoense arruma flores decorativas sob distintivo da Chape, na Arena Condá (Foto: Felippe Costa).

“A sensação que temos é de que eles apenas estão voltando de viagem e vamos poder abraça-los”. “Estamos feridos de morte”. “Fomos atingidos no coração”. Três frases ditas por anônimos moradores de Chapecó e adoradores da Chape que resumem bem o clima de comoção que envolve o velório das 50 pessoas cujo os corpos foram transportados para o município do estado de Santa Catarina. A previsão é de que o cortejo que será feito em carros dos Bombeiros saia do Aeroporto Serafin Enoss Bertaso, neste sábado, por volta de 10h (de Brasília) rumo à Arena Condá, onde são esperadas 100 mil pessoas. 

– Já imaginou que seu filho está em lugar longe que você não pode abraçar, vai chegar em um caixão lacrado. E você vai ficar de longe vendo ele, não vai poder olhar no rosto nunca mais? Isso é terrível – afirmou Dona Ilaíde, mãe do goleiro Danilo, ídolo da torcida da Chape que morreu na queda do avião.

Desde terça-feira, dia do terrível acontecimento, Chapecó chora a morte dos seus guerreiros. A cidade de cerca de 200 mil habitantes sucumbiu à tristeza. São lágrimas, luto e solidariedade entre todos. Foram os dias, os capítulos, a história mais triste da “Capital do Oeste” que completará 100 anos de fundação em 2017. 

Depois da tragédia, ainda na terça-feira, o povo saiu às ruas de Chapecó. Lotou a catedral para rezar, saiu em procissão pela cidade e encheu a Arena Condá aos gritos de “é campeã”. Na quarta-feira, o dia marcado para primeira partida da final da Copa Sul-Americana diante do Nacional de Medellín, missa e vigília; dor e emoção; familiares, amigos e uma torcida que chorava, exaltava a Chape e os “guerreiros” mortos no acidente.

Toda a indefinição sobre quando aconteceria o translado dos corpos da Colômbia para o Brasil, só fez aumentar o sofrimento, dor e angústia. Após quatro dias de espera para as famílias, chega a difícil hora da despedida no gramado da Arena Condá. O palco de alegrias tão intensas quanto recentes nunca recebeu tantas lágrimas. Mais do que nunca, o povo catarinense precisará ser muito forte.

Aeronáutica Civil da Colômbia presta condolências aos mortos na tragédia da Chapecoense (Foto: Aeronáutica Civil da Colômbia)Aeronáutica Civil da Colômbia presta condolências aos mortos na tragédia da (Foto: Aeronáutica Civil da Colômbia)

Logística (horários previstos podendo sofrer alterações)

Chegada do primeiro dos três aviões ao aeroporto Serafim Enoss Bertaso: 9h
Protocolo de recebimento dos corpos: 10h
Cortejo até a Arena Condá, em três caminhões abertos: 11h
Distância do trajeto: cerca de 10 quilômetros
Chegada ao estádio e início do velório para familiares: 12h30
Capacidade para torcedores no estádio: 19 mil pessoas
Dois telões instalados: um atrás da Ala Sul, outro atrás da Ala Norte do estádio
Duração do velório coletivo: duas horas
Pessoas no gramado: 2 mil, identificadas com pulseiras
Expectativa de público nos arredores da Arena Condá: 100 mil pessoas (torcedores só poderão circular pelas arquibancadas)

Globo