Doença rara já foi diagnosticada em mais de dez moradores do Curimataú paraibano

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doença rara jpeUma doença rara está acometendo moradores do Curimataú paraibano. A Síndrome  Berardinelli-Seip (Lipodistrofia Congênita de Berardinelli-Seip), já foi diagnosticada em doze moradores da região. Atualmente esses pacientes estão sendo acompanhados pelo Médico Endrocrinologista Dr. Antônio Fernandes, através do Consórcio do Curimataú Paraibano.

O  número de pessoas com a doença no Curimataú  preocupa os profissionais da saúde, pois no mundo todo existe apenas 300 casos confirmados da síndrome, uma duzia desses casos estão  exatamente na região. “Trata-se de uma síndrome rara , 300 casos no mundo , 12 no Curimataú, destes, 5 já iniciaram o tratamento . É uma doença genética onde os pacientes nascem sem gordura ( tecido adiposo ) e na puberdade desenvolve um diabetes grave que usa doses altíssimas de insulina e não controlam além de aumento muito grande de triglicerídeos e todas as complicações inerentes ao diabetes tais como retino , Nefro e neuropatia diabética”, disse Dr. Fernandes.

Dr. Fernandes ao lado de uma paciente acompanhada pelo Consórcio do Curimataú Paraibano. (Foto: arquivo pessoal de Jailson Andrade)
Por ser uma enfermidade descoberta  recentemente na região, a origem dela  é desconhecida. Os maiores índices  da doença no país estão na Paraíba e no vizinho estado do Rio Grande do Norte, na cidade de Currais Novos. “Essa é uma doença relativamente nova que temos muitas perguntas sem respostas, mas acreditamos que tem um efeito fundador,  um caso índice, provavelmente um europeu ou português que veio ao Nordeste com essa alteração genética e transmitiu para os seus descentes”,destacou o médico.

De acordo com Jailson Andrade, Diretor do Consórcio do Curimataú Paraibano, os pacientes assistidos pela instituição foram os primeiros no Brasil  a usarem a leptina.

Dr.Fernandes  mencionou que a medicação  veio dos Estados Unidos e que em apenas um mês já pode ser observada a eficacia da substância no tratamento. Até então não tínhamos tratamento , mas conseguimos trazer a lepitina ( hormônio do tecido adiposo ) dos Estados Unidos há mais ou menos um mês, através do Governo do Estado e Ministério da Saúde e iniciamos o tratamento . Somos pioneiros juntamente com o Rio Grande do Norte a fazer uso da leptina. A aplicação da leptina é via subcutânea, apenas uma vez por dia, e já podemos  observar uma melhora impressionante na qualidade de vida, apetite, glicemia dos pacientes”, concluiu.

Atualmente, não existe tratamento que leva a cura da doença, mas pode-se reduzir as complicações através de dieta adequada e tratamento farmacológico. 

Por Gustavo Camelo