Exames de imagem incorporam a inteligência artificial para diagnósticos mais rápidos

Por - em 4 anos atrás 408

No combate à Covid, a rapidez do resultado de um exame de imagem pode ser crucial para um paciente.

As tomografias foram fundamentais desde o início da pandemia, quando havia poucos testes para confirmar a Covid-19 e o resultado podia demorar semanas. Ainda hoje, ajudam os médicos na primeira avaliação e encaminhamento de pacientes que apresentam uma imagem esbranquiçada e leitosa nos pulmões.

“O que a gente identificou na Covid-19: as alterações que nós tínhamos nos pulmões não eram uma alteração de origem respiratória e sim uma alteração de origem hematológica, que você tinha microcoagulações que provocavam essa imagem de vidro fosco”, explica Luiz Carlos Zamarco, superintendente do Hospital do Servidor Público Municipal.

Nos hospitais e unidades de saúde da prefeitura de São Paulo, os exames de imagem são terceirizados. Com a pandemia, a central de laudos da empresa passou a priorizar os casos suspeitos de Covid. Os exames passam na frente, na fila, e os mais de 150 radiologistas, que trabalham em casa, emitem os laudos em, no máximo, meia hora.

“A ideia de acelerar esses laudos era de rapidamente uma pessoa que tenha uma suspeita diagnóstica já ser tratado, e quem não tem já ir para casa para evitar a contaminação. Durante esse período, nós fizemos mais de 40 mil exames e tivemos aproximadamente 50% de suspeitas diagnósticas”, conta Marcelo Cunha, presidente da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem.

A inteligência artificial, com o chamado aprendizado de máquina, não é novidade em diagnósticos médicos de acidentes vasculares, por exemplo. Pois, com a Covid-19, os computadores tiveram que aprender mais uma lição com a medicina. E, agora, já podem avaliar, com precisão, as condições de um pulmão atingido pela doença.

“Nós pegamos cerca de mil pacientes com tomografia computadorizada do pulmão alterada por Covid. Médicos interpretam e circulam e pintam as áreas de pulmão normal e de pulmão alterado. A máquina passa a interpretar o que é alteração, o que é normal e, a partir de um determinado momento, ela faz isso de forma automática”, explica Emerson Gasparetto, vice-presidente médico da Dasa.

O nome que se dá a esse tipo de sequência lógica é algoritmo. Ele foi criado por uma empresa privada, mas o acesso à plataforma, pela internet, é livre para médicos. “A partir do momento em que os dados, em que a tomografia do paciente vai para a nuvem, em cinco minutos está no e-mail do médico já a interpretação do percentual que está acometido daquele pulmão”, afirma Emerson Gasparetto, vice-presidente médico da Dasa.

E rapidez no combate à Covid. “É fundamental porque o paciente está ali na sala de espera e você precisa dar uma solução para esse paciente e já providenciar o isolamento”, destaca Luiz Carlos Zamarco, superintendente do Hospital do Servidor Público Municipal.

Redação G1