Medicamento para o câncer de pulmão duplica sobrevida de pacientes, diz estudo
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Um medicamento que utiliza o próprio sistema imunológico para combater o câncer, o pembrolizumabe, dobrou a expectativa de vida de pacientes com um tipo específico de câncer de pulmão: o NSNSCLC. Esse tipo de tumor não apresenta alterações genéticas no gene EGFR ou ALK e responde por cerca de 55% dos cânceres de pulmão.
A nova droga foi combinada com quimioterapia e o estudo com os resultados foi publicado nesta segunda-feira (16) no “New England Journal of Medicine”. A pesquisa foi coordenada por Leena Gandhi, diretora do programa de oncologia torácica da New York School of Medicine, e patrocinado pela indústria farmacêutica Merck.
Para chegar aos resultados do estudo, pesquisadores distribuíram aleatoriamente 616 pacientes com NSNSCLC. Eles não haviam recebido tratamento anterior. Parte dos participantes (405) recebeu quimioterapia + pembrolizumabe; a outra parte (202) recebeu quimioterapia + placebo.
Eventualmente, como o medicamento passou a apresentar benefícios, participantes do grupo placebo que tiveram avanço da doença passaram a receber o medicamento.
De modo geral, as taxas de sobrevida foram superiores nos pacientes tratados com pembrolizumabe. Esses pacientes também tiveram mais tempo de sobrevida em que ficou constatado que a doença não avançou.
Ainda, dos pacientes tratados com pembrolizumabe + quimioterapia, o risco de morte foi reduzido em 51%, em comparação com aqueles tratados apenas com a quimio. Também entre os pacientes tratados com a terapia combinada, a chance de progressão em 48%.
Em relação aos meses vividos, pacientes do tratamento viveram em média quatro meses a mais que os pacientes do grupo placebo. Foram 8.8 meses, contra 4.4.
“Em outras palavras, a chance de sobrevida global dobrou”, disse nota sobre o estudo.
“Os dados mostram que o tratamento com pembrolizumabe e quimioterapia é mais eficaz do que a quimioterapia sozinha”, diz Gandhi, em nota.
Risco de lesão nos rins
Os cientistas observaram, no entanto, que o risco de lesão renal aguda foi levemente aumentado em pacientes que estavam recebendo a droga e quimioterapia (5,2% contra 0,5%).
De modo geral, os efeitos colaterais mais comuns experimentados por ambos os grupos foram náusea, anemia e fadiga.
O medicamento já é aprovado nos EUA para o tratamento do câncer de pulmão, com base em estudo anterior, de fase II, feito com menos pacientes. Pesquisadores apontam que a nova terapia se consolida como um novo padrão de tratamento nesses pacientes que não apresentam as alterações genéticas EGFR ou ALK.
Redação