Paraíba ainda tem quase 500 pessoas na fila por transplante de órgãos

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transplanteQuase 500 pacientes estão na fila de espera por transplantes de órgãos na Paraíba. Dados da Secretaria de Saúde do Estado, divulgados neste domingo (23), apontam a maioria aguarda para receber córnea, ao todo são 329. Segundo o levantamento, 164 esperam por um rim e seis por fígado.

Até o dia 15 de setembro deste ano, foram realizados 135 transplantes de córnea e 21 de rim no Estado. No ano passado, foram 117 transplantes de córnea e 26 de rim.

Campanha incentiva à doação de órgãos e tecidos

“Sobrevivi e estou aqui para falar de amor”; “Precisamos conversar mais com os nossos sobre a nossa vontade de ser doador”; “Falar de doação é falar de vida”. Frases como estas deram o tom da abertura da 18ª Campanha Estadual para Doação de Órgãos e Tecidos, no final da tarde desse sábado (22), no auditório da PBTur, na praia de Tambaú, em João Pessoa, com a presença de vários transplantados.

A musicista Íris Vasconcelos fez transplante de coração há 13 anos, em João Pessoa. Tinha o coração crescido e passou nove meses na fila de espera. Segundo ela, o trabalho da Central é fundamental no momento mais crucial da vida de qualquer pessoa que necessite de um transplante. “O trabalho desta equipe é muito importante, desde o momento de explicar o processo de transplante; agilizar para encontrar doador e fazer todo o acompanhamento. Isso tudo é feito com muito afeto, carinho e assistência profissional”, disse.

O palestrante também era transplantado. O publicitário Alexandre Barroso, de 59 anos, já fez três transplantes, dois de fígado e um de rim. O título do livro dele, “A última vez que morri”, demonstra o sofrimento de quem passou por anos de internamento, câncer, barriga d’água, Hepatite C, 21 intercorrências de coma e 11 cirurgias. Hoje, após os transplantes, vive bem e pratica rapel, trilha com moto e bicicleta, corre, faz caminhada e natação. “Os transplantes me trouxeram até um amor novo. Conheci minha atual esposa num grupo de apoio a pessoas transplantadas”, revelou.

Alexandre faz parte do projeto “Jornada Asas do Bem”, no qual quatro companhias aéreas proporcionam a participação dele, fazendo palestras em vários estados pelo Setembro Verde, mês que simboliza a luta pela doação em todo país. “Acho muito importante compartilhar minha experiência, ao mesmo tempo em que falo da importância do ato de fazer doação. E, diante do que vivi e da forma como me comportava, sempre gosto de deixar um questionamento em relação à qualidade de vida: o que você faz por você? O que come é algo que lhe faz bem ou faz mal e você come mesmo assim? Faz atividade física?”, pontuou.

Com o tema “Amar é… fazer a vida continuar! Doe órgãos”, a Campanha acontece junto com a edição nacional do Setembro Verde, na qual o laço na cor verde é o símbolo da doação de órgãos e tecidos. O Dia Nacional é 27 de setembro, por isso, todo ano é realizada a Campanha Estadual junto com a Nacional, do Ministério da Saúde

“É muito importante que as pessoas conversem com os seus familiares sobre o desejo de ser doador. Pois, no momento da morte, este é um tema muito delicado para ser abordado”, disse a gestora da Central de Transplante, Gyanna Lys Montenegro.

Programação

Terça-feira (25) – durante a manhã e tarde – panfletagem no Centro Administrativo Estadual e na sede da SES.

Quarta-feira (26) – 8h30 – capacitação para os integrantes das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, no Hospital de Trauma de João Pessoa, para médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e estudantes da área de saúde.

Quinta-feira (27) – 15h30 – culto ecumênico no auditório do Centro Turístico de Tambaú, com a presença de parentes de doadores e receptores de órgãos e tecidos, além de profissionais envolvidos no processo de doação e transplante.

Sexta-feira (28) – capacitação para as comissões, no auditório 3 do CCBS, na UFCG, para médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e estudantes da área de saúde.

Redação