Pesquisadores analisam se refrigerantes diet realmente são a opção mais saudável
Por - em 9 anos atrás 539
É raro conseguir consumir algo que seja doce e ao mesmo tempo saudável. Sendo assim, é possível que bebidas de baixa caloria, os populares refrigerantes diet, sejam uma opção benéfica à saúde?
Nenhum especialista afirma que o consumo de refrigente faz bem para a saúde, já que uma garrafa de 500 ml pode conter cerca de 200 calorias. Mas uma versão diet da mesma bebida pode ter apenas uma caloria.
Seguindo uma lógica simples, portanto, trocar a bebida com açúcar pela versão dietética diminuiria o consumo de calorias.
No entanto, os ‘refrigerantes diet’ têm uma reputação polêmica.
Cresce entre os consumidores a preocupação sobre os efeitos de adoçantes presentes nessas bebidas para o corpo humano.
Já um grupo de cientista argumenta que são justamente eles que podem levar ao ganho de peso, além de aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
“Muitos acreditam que (os refrigentes diet) sejam uma opção saudável pois não são bebidas com açúcar, mas o que é muito importante que as pessoas entendam é que não temos qualquer evidência científica disso”, afirma Susan Swithers, professora da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.
Pesquisas
Uma pesquisa entre adultos americanos, publicada na revista científica American Journal of Public Health, revelou que 11% dos que estavam com o peso ideal bebiam refrigerante de baixa caloria, 19% dos que estavam acima do peso consumiam bebidas dietéticas e, entre os obesos, a parcela era de 22%.
Já um estudo na revista científica Obesity, que acompanhou 3,7 mil pessoas durante oito anos, mostrou que quem consumia bebidas de baixa caloria com adoçantes engordou mais durante o período.
Mas há um problema com os estudos já feitos sobre o tema: as relações de causa e efeito são praticamente impossíveis de serem determinadas.
Além disso, cada vez mais cientistas se perguntam se as bebidas estão causando ganho de peso ou se as pessoas obesas estão apelando para refrigerantes dietéticos para tentar controlar o peso.
As experiências de Swithers, da Universidade de Purdue, em ratos sugerem que as bebidas dietéticas alteram a forma com que o corpo lida com o açúcar normal ─ o que pode acabar levando ao ganho de peso.
Isso porque, quando chega à língua, o açúcar emite um alerta ao corpo de que a comida está a caminho.
Com os adoçantes de zero caloria a mesma mensagem é enviada, mas nenhum alimento chega.
“Acreditamos que refrigerantes diet podem fazer mal à saúde porque mudam a forma como o corpo lida com o açúcar que ingere”, disse Swithers.
A professora também cita outro problema: compensação. Segundo a especialista, quando sabemos que estamos retirando calorias de uma parte da dieta, tendemos a compensar essa carência comendo mais.
“É aquela velha lógica: tomei um refrigerante diet, por isso posso comer um biscoito”, disse.
Polêmica
O aspartame é um dos adoçantes de baixa caloria mais conhecidos, mas também o mais polêmico.
Também conhecido como E951, é 200 vezes mais doce do que o açúcar e já foi ligado a uma série de efeitos colaterais desde que foi introduzido em alimentos na década de 1980.
Entre os supostos danos à saúde, estão alergias, nascimentos prematuros e câncer.
A Pepsi afirma que a falta de confiança dos consumidores neste adoçante é o principal motivo de as pessoas estarem desistindo do refrigerante diet nos EUA.
No entanto, o aspartame é descrito com frequência como um dos ingredientes mais testados do mundo.
Uma análise da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, feita em 2013, concluiu que “não há problemas de segurança” em relação ao adoçante, incluindo para gestantes e crianças.
Bactéria
Cientistas do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, mostrou que adoçantes de baixa caloria alteraram o equilibrio das bactérias nos intestinos de ratos.
O corpo humano tem dez vezes mais bactérias, vírus e fungos do que células e este “microbioma” tem um impacto enorme na saúde.
O estudo, publicado na revista especializada Nature, mostrou que os adoçantes de baixa caloria alteraram o metabolismo de animais e levaram a um aumento do nível de açúcar no sangue, um dos primeiros sinais do desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Sete voluntários humanos passaram sete dias ingerindo níveis altos de adoçantes de baixa caloria. Os resultados obtidos com metade deles foi o mesmo do que o obtido com os animais.
Peter Rogers, da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, diz não estar convencido com as conclusões.
Segundo ele, a maioria das pesquisas com animais usou níveis de adoçantes que “tinham pouca relação” com a maneira como são usados na vida real.
E que também era “plausível” que os adoçantes “possam na verdade diminuir o desejo da pessoa por uma sobremesa doce”.
Emagrecimento
Rogers fez parte de uma análise sobre adoçantes que incluiu pesquisadores financiados pela indústria alimentícia.
Os resultados, publicados na revista especializada International Journal of Obesity, mostrou que as pessoas emagreceram quando substituíram bebidas açucaradas por refrigerantes de baixa caloria.
O estudo mostrou que elas perderam cerca de 1,2 kg em média durante um período que variou entre quatro e 40 meses, e, em sua maior parte, o efeito foi parecido com o alcançado por pessoas que trocaram os refrigerantes comuns pela água.
“Descobrimos de forma clara que consumir adoçantes de baixa caloria no lugar do açúcar reduziu a ingestão calórica e o peso corporal”, acrescentou.
Segundo os pesquisadores, quem consumiu adoçantes acabou comendo mais do que quem continuou tomando bebidas açucaradas mas, no geral, consumiu menos calorias.
“Eles (os adoçantes) não vão fazer todo o trabalho para você, mas é uma forma de ter o prazer de (consumir) algo doce sem o problema das calorias em nossa socidade obesa”, disse.
Água
Cientistas do Instituto de Ciências Weizmann, em Israel, mostrou que adoçantes de baixa caloria alteraram o equilibrio das bactérias nos intestinos de ratos.
O corpo humano tem dez vezes mais bactérias, vírus e fungos do que células e este “microbioma” tem um impacto enorme na saúde.
O estudo, publicado na revista especializada Nature, mostrou que os adoçantes de baixa caloria alteraram o metabolismo de animais e levaram a um aumento do nível de açúcar no sangue, um dos primeiros sinais do desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Sete voluntários humanos passaram sete dias ingerindo níveis altos de adoçantes de baixa caloria. Os resultados obtidos com metade deles foi o mesmo do que o obtido com os animais.
Peter Rogers, da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, diz não estar convencido com as conclusões.
Segundo ele, a maioria das pesquisas com animais usou níveis de adoçantes que “tinham pouca relação” com a maneira como são usados na vida real.
E que também era “plausível” que os adoçantes “possam na verdade diminuir o desejo da pessoa por uma sobremesa doce”.
Emagrecimento
Rogers fez parte de uma análise sobre adoçantes que incluiu pesquisadores financiados pela indústria alimentícia.
Os resultados, publicados na revista especializada International Journal of Obesity, mostrou que as pessoas emagreceram quando substituíram bebidas açucaradas por refrigerantes de baixa caloria.
O estudo mostrou que elas perderam cerca de 1,2 kg em média durante um período que variou entre quatro e 40 meses, e, em sua maior parte, o efeito foi parecido com o alcançado por pessoas que trocaram os refrigerantes comuns pela água.
“Descobrimos de forma clara que consumir adoçantes de baixa caloria no lugar do açúcar reduziu a ingestão calórica e o peso corporal”, acrescentou.
Segundo os pesquisadores, quem consumiu adoçantes acabou comendo mais do que quem continuou tomando bebidas açucaradas mas, no geral, consumiu menos calorias.
“Eles (os adoçantes) não vão fazer todo o trabalho para você, mas é uma forma de ter o prazer de (consumir) algo doce sem o problema das calorias em nossa socidade obesa”, disse.
Água
Especialistas afirmam que, em um mundo ideal, a melhor alternativa seria beber água.
Um estudo publicado na revista especializada Obesity sugere, inclusive, que beber água meia hora antes das refeições ajuda na perda de peso.
Mas até uma crítica ferrenha dos adoçantes de baixa caloria como Swithers argumenta que pode eles podem ser um elemento de “transição” para quem precisa fazer dieta.
“Um refrigerante diet pode ser útil em sua dieta como (uma bebida de) transição se você está tomando refrigerante comum todo dia e acha difícil parar”, disse.
BBC Brasil