Pesquisadores desenvolvem tecnologia mais eficiente para detectar o Zika; vídeo

Por - em 8 anos atrás 379

zikkaQuem já teve zika sabe como é difícil obter um diagnóstico preciso da doença. Só que essa realidade está prestes a mudar. Pesquisadores desenvolveram uma nova técnica, mais eficiente, para detecção do vírus. A ideia é que o projeto, batizado com o nome de ‘Zibra’, chegue o quanto antes em alguns estados nordestinos e, entre eles, à Paraíba, utilizando um pequeno e prático equipamento chamado de ‘MinION’.

O diagnóstico sem um exame laboratorial é bastante comum na Paraíba, já que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) não realiza esse tipo de procedimento e as poucas amostras recolhidas são encaminhadas para outros estados, provocando uma longa espera pelos resultados.

O estudante Israel Marques, que não chegou a fazer exames, teve o diagnóstico de zika e sabe bem descrever os incômodos trazidos pela doença:

“Primeiro apareceram manchas no corpo. Pensei que era alergia. E daí, depois apareceu a febre. Foi aí que eu fiquei bastante preocupado”, disse. E o que já estava ruim, ficou ainda pior: “Eu senti umas dores no ombro, dores nas costas, nas pernas, nos pés”. Foi nesse momento que o jovem resolveu procurar atendimento médico.
“O médico logo falou que era zika e não me passou nenhum exame médico, apenas medicamentos, aí eu fui melhorando”, revelou Israel.

Para mudar essa realidade de falta de exames, pesquisadores brasileiros e estrangeiros estão desenvolvendo o projeto ‘Zibra’, que busca disponibilizar no Nordeste brasileiro uma técnica mais avançada de detecção do Zika vírus.

“No mesmo local onde se estão fazendo os ensaios, com 48 horas eles vão dar o resultado da presença ou da ausência do Zika vírus”, disse a diretora do Lacen, Marta Rejane Lemos.

O diagnóstico mais rápido ocorre graças a um pequeno equipamento, chamado de ‘MinION’ que já foi utilizado em outros países para detectar a presença do vírus Ebola.

“Fazemos uma triagem, a partir do teste rápido, onde conseguimos identificar se cada amostra tem ou não a presença do Zika vírus. A partir daí a gente vai para o processo de sequenciamento, onde conseguimos estudar o vírus de forma mais profunda”, explicou o pesquisador Nunu Farias.

Além da agilidade, o ‘MinION’ tem um baixo custo, de cerca de US$ 1 mil. A ideia do grupo desenvolvedor é fazer com que o Ministério da Saúde leve a nova técnica para todos os Lacens do país, proporcionando diagnósticos mais precisos.

Redação