Poluição do ar e sonora podem elevar risco de hipertensão, diz pesquisa

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poluição jpeA exposição de longo prazo à poluição do ar urbano aumenta de forma crescente o risco de hipertensão arterial, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira feito com mais de 41 mil moradores de cidades europeias.

A poluição sonora constante – especialmente do trânsito – também aumenta a probabilidade de hipertensão, disseram pesquisadores na revista médica European Heart Journal.

A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças e mortes prematuras.

O estudo revelou que um adulto a mais por grupo de 100 pessoas desenvolveu hipertensão arterial nas partes mais poluídas das cidades em comparação com os bairros de ar mais puro.

O risco é semelhante ao de estar clinicamente acima do peso com um índice de massa corporal (IMC) de 25-30, disseram os pesquisadores.

Para realizar o estudo, 33 especialistas liderados por Barbara Hoffmann, professora na Universidade Heinrich Heine de Dusseldorf, na Alemanha, monitorou 41.071 pessoas na Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha e Espanha por cinco a nove anos.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores examinaram anualmente a qualidade do ar em cada localidade durante três períodos de duas semanas entre 2008 e 2011, medindo as diferentes quantidades de material particulado.

Cada incremento de cinco microgramas – ou milionésimos de um grama – da menor dessas partículas aumentou em 20% o risco de hipertensão para as pessoas que vivem nas áreas mais poluídas, em comparação com os que moram nos locais menos poluídos.

No vídeo, o cardiologista Roberto Kalil comenta sobre a relação entre poluição e pressão arterial:

Nenhum dos participantes tinha hipertensão quando ingressou no estudo, mas durante o período de acompanhamento, 6.207 pessoas (15%) relataram ter desenvolvido a doença ou que começaram a tomar medicamentos para baixar a pressão arterial.

Poluição sonora
Em relação à poluição sonora, os pesquisadores descobriram que as pessoas que vivem em ruas movimentadas com tráfego noturno barulhento tinham, em média, um risco 6% maior de desenvolver hipertensão em comparação moradores de áreas onde os níveis de ruído eram pelo menos 20% mais baixos.

“Nossos resultados mostram que a exposição a longo prazo à poluição ambiental particulada está associada a uma maior incidência de hipertensão auto-declarada”, disse Hoffmann em um comunicado.

Mesmo quando o barulho foi excluído, o impacto da poluição do ar sobre a pressão arterial permaneceu, acrescentou.

“A legislação atual não protege a população europeia adequadamente contra os efeitos nocivos da poluição do ar”, concluíram os pesquisadores.

Os níveis de poluição eram maiores na Espanha e na Alemanha do que nos países nórdicos, observou Hoffmann.

Acredita-se que a poluição do ar afete o coração e os vasos sanguíneos ao causar inflamação, um acúmulo de radicais livres – conhecido como estresse oxidativo -, e um desequilíbrio no sistema nervoso.

Já a poluição sonora afetaria o funcionamento dos sistemas nervoso e hormonal, segundo os cientistas.

Redação