Sedentarismo e alimentação ruim aumentam obesidade entre crianças; veja orientações

Por - em 8 anos atrás 499

sedentarismo jpeNúmeros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam um quadro grave: uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso no Brasil. A combinação de falta de atividade física e má alimentação está formando uma geração obesa, que será afetada por doenças antes conhecidas apenas na vida adulta. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2025 o número de crianças com sobrepeso e obesidade pode chegar a 75 milhões no mundo.

A obesidade, que já é considerada uma epidemia, altera totalmente o funcionamento do corpo. Problemas que costumam afetar apenas adultos passam a ser detectados em crianças e adolescentes, como hipertensão, colesterol alterado, diabetes, depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico, enxaqueca, dores de cabeça, miopia transitória, problemas cardiovasculares e o desenvolvimento do câncer.

Atividade física

É importante que os pais incentivem os filhos a praticar esportes e a criança tem que experimentar algumas atividades até escolher a preferida. “Desta maneira, o interesse em praticar a atividade será algo prazeroso, e não uma obrigação. Nem sempre a modalidade que os pais gostam ou desejam que o filho faça coincide com a preferência deles. Atividade física é a melhor prevenção contra a obesidade e, se realizada com prazer e sem cobrança, ajuda a potencializar os resultados”, afirma a educadora física Adriana Souza.

Os hábitos familiares servem de referência para as crianças. Os pais são exemplos para os filhos em todas as etapas da vida – principalmente na infância. Segundo a educadora física, há maneiras simples de praticar atividade física em família, como brincar, levar o cachorro para passear, pular amarelinha e jogar futebol. “É importante estimular a criança a praticar brincadeiras e atividades mais ativas. Crianças que passam muito tempo no celular, computador e videogame acabam perdendo o interesse por outras atividades, além de deixar de brincar, interagir e criar novas brincadeiras com outras crianças.”

Alimentação saudável

A vida moderna tem milhares de facilidades, entre elas a comida congelada, prática, fica pronta em minutos sem trabalho algum e com preço acessível. Mas produtos industrializados têm altíssimo teor de sódio, excesso de açúcar e gordura trans. As famílias estão deixando de lado o costume de preparar a própria alimentação. E esquecem a importância de escolher os melhores alimentos, de checar os rótulos para identificar o que estão consumindo. “Muitas crianças querem produtos que viram nos comerciais de TV, por terem embalagens coloridas e chamativas associadas a personagens famosos ou por atrativos como brindes e jogos. Devemos priorizar os alimentos frescos”, afirma a nutricionista infantil Flávia Monzillo.

Psicológico

“Uma alimentação equilibrada e saudável está diretamente ligada à frustração da nossa vontade. Comer traz um prazer enorme, mas comer demais gera um custo altíssimo para a saúde emocional e física das pessoas. Os pais estão preocupados com a qualidade da alimentação de seus filhos, mas ao mesmo tempo não têm ideia de como agir para mudar isso”, afirma Deise Navarro, psicóloga, pesquisadora sobre relacionamentos familiares na contemporaneidade.

Veja a seguir cinco dicas da psicóloga para lutar contra a obesidade:

Dê o exemplo

A primeira coisa que os pais devem fazer é dar o exemplo, começando a mudar seus próprios hábitos alimentares e também esportivos;

Estimule a experiência de novos sabores

Proporcionar o desenvolvimento do paladar por alimentos saudáveis: variar os alimentos é essencial para que o organismo da criança tenha vontade de comer melhor. A insistência é uma importante aliada – nem sempre a primeira vez que se experimenta é suficiente. Explique para a criança que é preciso comer algumas vezes antes de decidir que realmente não gosta daquele tipo de alimento.

Controle a alimentação desde pequeno

Alimento e afeto são coisas diferentes: embora haja uma conexão profunda entre comer e amar, não podem considerar as duas coisas como sinônimos. O amor que ensina a se alimentar bem também ensina a lidar com a frustração de não comer até não aguentar mais, mesmo que esteja delicioso. É importante controlar a alimentação da criança enquanto ela é pequena, para que aprenda a controlar sozinha quando for adulta. Dessa forma, também estará ensinando seu filho a lidar com a própria ansiedade.

Estimule seu filho a fazer atividades físicas

É possível que esse tema seja chato para muitos pais que não gostam de praticar esportes, mas isso não tira a responsabilidade deles em introduzir atividades físicas na vida dos filhos. Não precisa ser nada muito sofisticado como uma aula de ballet ou futebol. Caminhar, jogar bola, andar a pé – atividades do dia a dia.

Aprenda a dizer ‘não’ a um desejo do seu filho

Ao negar alguma coisa é importante não voltar atrás na decisão para não enfraquecer sua autoridade e criar atritos na relação com seu filho. Muitas vezes, os pais se tornam permissivos ao tentar evitar que os filhos não passem por situações vividas por eles no passado e para não gerar sofrimento. Um sentimento de culpa comum é o fato dos pais trabalharem fora, o que deixa uma sensação de ‘abandono diário’ – tal fato pode gerar uma ideia equivocada de ter que compensar a ausência com muitos ‘sims’.

Redação