Vacina contra HPV, principal causador do câncer do colo do útero, será oferecida pelo SUS
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A partir de março, 15 milhões de doses serão aplicadas em pré-adolescentes do sexo feminino entre 11 e 13 anos de todo o Brasil. Em 2015, a oferta se amplia e atende também as meninas de 9 e 10 anos FOTO: JL ROSA
De acordo com o Ministério da Saúde, foram investidos R$ 465 milhões na compra das vacinas, quantidade suficiente para imunizar 5 milhões de pré-adolescentes. A escolha da faixa etária do público-alvo justifica-se pelo maior potencial de produção de anticorpos contra o vírus por organismos ainda jovens. Outro motivo é atingir quem ainda não iniciou a vida sexual e fazer da campanha o primeiro passo de conscientização, orientação e proteção a futuras mulheres e consequentemente também homens.
O médico José Costa Eleutério, vice-presidente da Sociedade Cearense de Ginecologia e Obstetrícia, aconselha que mesmo as mulheres mais velhas e que já tenham iniciado a vida sexual também procurem se vacinar, ainda que na rede particular. "Se a mulher foi infectada, dificilmente terá sido pelos quatro vírus", explica o especialista.
Ele se refere aos quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), cuja proteção é feita pela vacina quadrivalente distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer de colo de útero, segundo tipo de tumor que mais atinge mulheres, atrás apenas do câncer de mama.
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Além disso, o ginecologista ressalta que metade das pessoas infectadas não produzem células de memória do contato com o vírus, o que significa que não podem produzir anticorpos que reconheçam o agente maligno em caso de encontrá-lo no organismo e, assim, proteger-se. "Com a vacina, a resposta é muito mais robusta do que a proteção natural", garante o médico. "A possibilidade de ter contato com o HPV até os 50 anos é de 80%", acrescenta. Fora atuar como agente principal no desenvolvimento do câncer do colo de útero, o vírus pode causar câncer de vagina, vulva, pênis e ânus, além de verrugas genitais.
De acordo com o especialista, o período de proteção oferecido pela vacina é de 12 anos em média. A projeção das últimas pesquisas aponta que, caso seja necessária uma dose de reforço, a aplicação acontecerá 20 anos após a primeira inoculação. A recomendação dos profissionais da saúde é que cada menina receba três doses da vacina para estar imunizada contra o HPV. Após a primeira, a segunda deve ocorrer em dois meses e a terceira, em seis.
Apesar disso, segundo a assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o calendário disponibilizado pelo Ministério da Saúde apresenta datas bem distintas. A primeira aplicação foi estabelecida para o período entre 10 de março e 10 de abril nas escolas públicas e privadas. A segunda etapa de proteção acontece nas Unidades Básicas de Saúde de 1º a 12 de setembro, ou seja, seis meses após a primeira dose. A terceira estará somente disponível nos postos 60 meses (cinco anos) após a primeira.
Diário do Nordeste