Veja 10 avanços e 1 promessa da técnica que edita DNA contra doenças

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dnaCinco anos após a primeira publicação a respeito, a técnica de edição genética conhecida como Crispr permitiu alguns avanços importantes: eliminou o HIV e outras doenças em camundongos, foi usada em pesquisas contra o câncer em humanos, criou porcos mais resistentes.

A técnica é chamada de “revolução” por publicações de prestígio como a “Science”. É revolucionária porque os cientistas podem “recortar” e mudar tudo o que desejam dentro do código genético, responsável por nossas características e doenças hereditárias, e de forma precisa e barata — tão acessível que escolas dos EUA já receberam kits de Crispr para editar DNA dentro da sala de aula.

Essa facilidade trouxe, no entanto, um debate ético: até onde podemos mexer na genética dos seres vivos, resultado de bilhões de anos de evolução?

Em janeiro deste ano, a FDA, órgão dos Estados Unidos similiar à Anvisa no Brasil, publicou um texto nomeando as pesquisas em andamento liberadas: tratamento de HIV, câncer ou doenças raras; controle ou alteração de micro-organismos que causam doenças infecciosas, como vírus da zika e seus vetores; melhoria do bem-estar de animais produtores de alimentos, como a criação de resistência à doenças; e a alteração de traços específicos de plantas alimentares ou fungos.

Com isso, a criação de “humanos transgênicos” fica barrada nos Estados Unidos, e isso acaba servindo como referência também para o restante do mundo.

G1 listou os 10 importantes avanços feitos pelos cientistas com o Crispr:

1. Cura de condição hereditária

Nesta quarta-feira (2), a revista “Nature” mostrou que pela primeira vez os cientistas conseguiram modificar genes defeituosos em embriões humanos e evitar uma condição cardíaca hereditária. A pesquisa gerou embriões saudáveis, que sem a edição genética teriam desenvolvido a cardiomiopatia miotrófica — doença que dificulta o bombeamento do sangue pelo coração.

2. HIV em animais

Em abril de 2016, o periódico “Cell Reports” avaliou que a técnica precisava de ajustes para evitar a ação do vírus da Aids, com sua alta capacidade de mutação. Mais de um ano depois, em maio de 2017, a revista “Molecular Therapy” publicou que cientistas da Universidade Temple, na Filadélfia, conseguiram editar o código e evitar que o vírus continuasse a se replicar em animais. Os cientistas trabalham para aplicar a técnica em humanos e, quem sabe, achar a cura do HIV.

Redação