Desemprego fica em 10,9% no 1º trimestre de 2016, diz IBGE

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carteira-trabalhoO desemprego ficou em 10,9% no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa taxa é a maior desde o início histórica da Pnad Contínua, em 2012.

No trimestre encerrado em dezembro, o índice havia chegado a 9% e no primeiro trimestre de 2015, bateu 7,9%.

DESEMPREGO NO 1º TRIMESTRE
em %
7,987,27,910,9Jan-mar/12Jan-mar/13Jan-mar/14Jan-mar/15Jan-mar/160102,557,512,5
Fonte: IBGE

Segundo o IBGE, o aumento da taxa de desocupação ocorreu por causa da alta expressiva da desocupação, redução da ocupação e aumento da força de trabalho. “Está acelerando porque tem mais pessoas na população desocupada e menos pessoas na população ocupada. E isso está indo de forma bastante consistente ao longo dos últimos meses”, observou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

A quantidade de pessoas desocupadas cresceu 22% em relação ao período outubro a dezembro e chegou a 11,1 milhões – o maior número de desocupados desde o início da Pnad Contínua. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2015, a alta foi ainda maior, de 39,8%.

Na outra ponta, a população ocupada, que somou 90,6 milhões de pessoas, recuou 1,7% sobre o trimestre encerrado em dezembro do ano passado e 1,5% sobre o período de janeiro a março de 2015. O número de pessoas empregadas com carteira assinada também caiu e chegou a 34,6 milhões. Sobre dezembro, a diminuição foi de 2,2% e sobre os primeiros três meses de 2015, de 4%.

“A gente está voltando para meados de 2013 [o patamar] na população ocupada. A notícia é que caiu [no primeiro trimestre do ano em comparação com o trimestre anterior] além do que tem sido observado.”

A maior redução partiu da indústria geral (-5,2% sobre dezembro), seguida pela construção (-4,8%) e pela administração pública (-1,9%). Sobre o trimestre de janeiro a março, houve alta do número de ocupados em transporte, armazenagem e correio (4,3%); serviços domésticos (4,3%) e alojamento e alimentação (4%), entre outros setores.

Com a redução das ofertas de emprego, o número de pessoas que optaram por trabalhar por conta própria cresceu em ambas comparações. A alta foi de 1,2% sobre o trimestre de outubro a dezembro de 2015 e de 6,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015.

“Tem componente sazonal atuando de forma bastante efetiva, que é: as pessoas que foram contratadas temporariamente foram dispensadas. O índice de efetivação praticamente não ocorreu, ele foi suplantado pela dispensa. Foram 1,6 mil trabalhadores dispensados. A perda do quarto trimestre para o primeiro trimestre foi de 1,606 milhão, ou seja, foram dispensados além do que foram contratados no final do ano”, analisou Azeredo.

Salário
De acordo com o IBGE, o primeiro trimestre deste ano mostrou que o rendimento médio recebido pelos trabalhadores ficou R$ 1.966 – 3,2% abaixo do registrado no mesmo período de 2015. Já sobre o trimestre encerrado em dezembro, não houve variação.

“O período atual foi mais agressivo em termos de dispensa, em termo de queda da qualidade do emprego gerando com isso uma busca maior pela ocupação. Quando cai emprego e cai renda, isso gera procura.”

Frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2015, só subiu o rendimento dos trabalhadores domésticos: 2,3%. Já sobre o primeiro trimestre de 2015, houve redução dos ganhos para a categoria dos trabalhadores por conta própria: 3,9%.

“Trabalho doméstico voltou a subir, que é outra forma de entrar no mercado, principalmente mulher de baixa renda e de pouca escolaridade. Ela tende a voltar ao mercado através do emprego doméstico”, analisou.

G1