É hora de mudar de emprego? Veja 5 dicas para não errar
Por - em 8 anos atrás 557
Em um cenário de crise econômica, a cautela tomou conta dos trabalhadores. Muitos desistiram de fazer mudanças radicais na carreira à espera de um cenário mais favorável. Com a crise se arrastando e muitas incertezas sobre quando a economia vai voltar a crescer, uma das principais questões para esses trabalhadores é se vale a pena arriscar e mudar de emprego em 2017.
O desemprego ainda está longe de trazer um alívio è economia. A taxa continua a crescer e 12,3 milhões de brasileiros encerraram 2016 desempregados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dessa forma, será que é hora de mudar de emprego? Segundo especialistas, os profissionais devem levar em conta seu plano de carreira, objetivos e como a mudança de emprego ou área pode impactar a sua vida pessoal, além de considerar o momento econômico do país.
Segundo Gustavo Parise, diretor executivo da Korn Ferry Futurestep, o ano de 2016 foi marcado pela instabilidade política e econômica, que afetou as oportunidades no mercado de trabalho, impactando as decisões dos profissionais. “Quem deseja fazer uma movimentação, mas não está sendo procurado pelas empresas, fica reticente com a mudança porque prefere ter menos riscos. Toda mudança gera um risco, independente da natureza da profissão, empresa ou salário”.
Os especialistas afirmam que o mercado de trabalho já começou mais movimentado em 2017 por causa das vagas que ficaram “represadas” no ano passado e começaram a aparecer agora. “Muitas empresas estão se planejando e reiniciando projetos que antes estavam parados. O ano continuará com contratações mais criteriosas e seletivas, com as companhias precisando cada vez mais de profissionais de alta performance e comprometidos”, afirma Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half.
Além do cenário econômico, o profissional deve avaliar a oportunidade de emprego de maneira ampla para chegar a uma decisão. Plano de carreira, desafios, remuneração, benefícios e perspectivas de crescimento estão entre os fatores que devem fazer parte da avaliação.
Para Ricardo Rocha, diretor da Michael Page, o salário não deve ser o fator mais importante para a troca. “Mas não adianta mudar para um setor que está em dificuldade, decrescendo. Isso não vai fazer bem para a carreira”, afirma.
“Não é sempre que vale a pena trocar de emprego. Toda decisão deve ser muito bem avaliada, pensando em quais serão os impactos na vida pessoal e profissional”, afirma Parise.
Os especialistas listaram o que os profissionais devem avaliar na hora de mudar de emprego. Veja abaixo:
1) Plano de carreira
Todos os especialistas afirmaram que um dos principais fatores para trocar de emprego deve ser uma reflexão se essa movimentação faz sentido para a carreira. Ou seja, avaliar quais benefícios ela trará para o profissional no longo prazo.
Ricardo Rocha, diretor na Michael Page, lembra que de 2011 a 2014 foi comum ver movimentações apenas por crescimento de cargos e salários. “No longo prazo, isso não pode ser tão bom. É importante entender o que leva a mudança”.
Segundo Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half, outro fator para se colocar na balança é de que experiências curtas no currículo podem deixar futuros recrutadores em dúvida sobre o comprometimento do profissional. Assim, é necessário que a mudança realmente reflita um movimento de carreira que faça sentido.
2) Motivação
Segundo Gustavo Parise, diretor executivo da Korn Ferry Futurestep, o profissional tem que saber claramente qual é a sua motivação para a mudança de emprego ou carreira. “O direcionador motivacional tem que ser mais baseado no desafio que vem pela frente e nas oportunidades de crescimento”. Ele ressalta que o dinheiro não deve ser o motivo principal para uma mudança.
Objetivo profissional, perspectivas para o futuro, desafios, escopo do trabalho, oportunidades para aprendizado e crescimento, salário, localização e benefícios estão entre os fatores que devem entrar na conta na hora de decidir ser vale ou não mudar de emprego ou carreira.
3) Vagas represadas devem ser lançadas
As incertezas econômicas de 2016 afetaram o mercado de trabalho e frearam as contratações, mas segundo os especialistas ouvidos pelo G1, muitas empresas que deixaram projetos engavetados no ano passado devem voltar a contratar em 2017. Isso pode ser uma oportunidade para os profissionais que procuram emprego.
“Aos poucos a economia começa a dar sinais de recuperação, refletindo também no reaquecimento das contratações. A tendência é que o setor de vendas, por exemplo, seja o primeiro a sentir a melhora, sendo ele um dos meios para a garantia da continuidade e expansão dos negócios. Tecnologia, finanças e engenharia são outros setores que também estão em alta”, afirma Mantovani.
4) Identificação com a cultura da empresa
O salário e os benefícios não devem ser os únicos fatores considerados na hora de trocar de emprego ou de área. Identificação com a empresa e com sua cultura, escopo do trabalho e da função, desafios e planejamento de carreira devem ser levados em conta na hora da avaliação.
“É importante ter em mente que a avaliação de uma oferta de trabalho não deve se resumir à questão financeira”, diz Mantovani.
“Não ter recebido bônus ou aumento salarial não deve ser o direcionador para mudar de trabalho. Esse é um perigo que muitos acabam acreditando por causa de um resultado negativo”, afirma Parise.
5) Perspectivas para a empresa
Segundo Rocha, é muito importante que o profissional entenda o momento do setor e da empresa em que deseja trabalhar. “É importante fazer uma pesquisa para saber como a empresa está, assim como ela faz com o candidato. Isso conta muito na hora da escolha e também na entrevista, pois mostra interesse em entender o negócio”.
Muitas empresas passam por dificuldades financeiras e têm condições limitadas de desenvolver novos talentos e oferecer oportunidades profissionais.
“O ideal é o profissional avaliar se a companhia na qual deseja ingressar oferece um projeto sustentável para a sua carreira, se há compatibilidade com o que ele busca e se há perspectivas de crescimento do negócio”, afirma Mantovani.
Redação com G1