Veja dicas para organizar as finanças em caso de desemprego
Por - em 9 anos atrás 581
Em tempos de instabilidade econômica, é preciso pensar bem antes de gastar, principalmente em caso de perder o emprego. “No atual cenário, as empresas estão passando por uma série de dificuldades e reajustando seus custos. Nesse ajuste, os funcionários correm o risco de serem mandados embora”, diz o professor da IBE-FGV e doutor em finanças, Márcio Barros Souza.
De acordo com ele, apesar de todos os benefícios garantidos por lei aos trabalhadores, não é recomendado depender somente da rescisão em tempos de crise. Por isso, o especialista aconselha preparação e organização das finanças para não ser pego de surpresa em caso de demissão. Veja dicas do especialista:
Não dependa somente da rescisão
Em caso de demissão, é permitido retirar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mais 40% de multa rescisória paga pela empresa e ainda há alguns meses de seguro-desemprego. Segundo Souza, o dinheiro pode segurar as pontas e resolver as dívidas mais urgentes, mas não é uma garantia de estabilidade por muito tempo.
“O Fundo de Garantia normalmente é equivalente a um ano de trabalho. Se seu salário mensal é de R$ 5 mil e você trabalhou 10 anos, são R$ 50 mil. Somando mais 40% da multa, poderia chegar a R$ 70 mil, o que equivale a 15 meses de salário”, exemplifica.
Mas, segundo ele, receber a quantia na prática pode não ser a mesma coisa que na teoria. “O recomendável é utilizar a quantia para liquidar as dívidas e, fazendo isso, você se livra das contas, mas já perde alguns meses de vantagem”, diz.
Segundo o especialista, o ideal é pensar no FGTS como um reforço na reserva que você conseguiu juntar, não como a única solução para os meses em que estiver desempregado.
Organize suas finanças e crie uma reserva de segurança
“Tenha um planejamento financeiro para segurar as pontas por, no mínimo, mais 12 meses”, diz Souza. Essa estratégia, segundo ele, deveria ser praticada independente da situação do mercado. “O máximo que pode acontecer quando essa instabilidade econômica tiver acabado ou caso apareça logo outro emprego é que haverá um dinheiro extra para emergências ou para algum investimento”, argumenta.
De acordo com Souza, o segredo é encontrar um método de controle com o qual se adapte melhor, seja por uma planilha mais elaborada ou um aplicativo para celular que lembre de anotar os gastos.
Analise seus gastos e corte excessos
Quando começar o planejamento estratégico com o objetivo de criar a reserva, poderá visualizar melhor todos os débitos. “Esse é um bom momento para conseguir analisar se está gastando demais”, observa.
Para isso, ele recomenda começar o controle listando os gastos necessários, como aluguel, energia, telefone, compras mensais ou mensalidade escolar. E então encontrar os excessos de cada mês, que podem estar principalmente na fatura do cartão de crédito.
“A facilidade de uma compra parcelada acaba virando uma dívida para lidar por muitos meses. Assim, o cartão de crédito acaba sendo um veneno para esse planejamento”, diz.
Reconsidere os gastos necessários
Segundo o especialista, alguns desses excessos que precisam ser cortados podem estar nos gastos fixos mensais. Sendo assim, dificilmente percebe-se que o gasto está sendo maior em determinados quesitos.
“Sempre há um reajuste que pode ser feito. Desde o descarte daquele produto desnecessário que compra no supermercado até a escolha de escola com mensalidade mais barata que tem a mesma qualidade de ensino para o filho”, argumenta.
Livre-se das dívidas
Quem quer começar uma reserva de segurança deve ter como prioridade um planejamento para quitar todas as dívidas. Se tiver sucesso nessa primeira etapa, poderá aproveitar melhor a rescisão em caso de demissão.
“Enquanto existirem dívidas pendentes, o dinheiro que está entrando por seus meses de trabalho deve ser direcionado para os gastos necessários e os pagamentos das contas, começando pelas mais caras”, aconselha Souza.
Não faça mais prestações
O momento de instabilidade não é propício para fazer prestações caras e de longo prazo, principalmente quem está no perigo iminente do desemprego. Por isso, Souza recomenda que, já estando endividado ou não, o melhor é evitar mais compras e prestações.
Redação com G1