
A bela e enigmática cachoeira do Pedro em Picuí-PB
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A formação monumental do sítio arqueológico Cachoeira do Pedro, caracteriza-se por ser um afloramento rochoso inserido no leito do riacho do Pedro. Esta formação se estende no sentido logintudial leste-oeste, com mais de duzentos metros onde é submerso pelas águas do riacho, em períodos chuvosos as correntezas causaram aos longos dos tempos a formação de caldeirões.
Um desses caldeirões tem diâmetro de três metros, com profundidade de aproximadamente quatro metros, com abertura vertical.
Tanque existente abaixo dele, dando assim a conotação de uma pequena cachoeira.
Os registros rupestres:
Predominantemente o sítio arqueológico Cachoeira do Pedro, é caracterizado por ser um conjunto de grifos que lhe confere a denominação de Itacoatiara. Alguns desses grifos são contornados com pigmentação vermelha. Hipoteticamente esses contornos foram realizados tempos após a execução das gravuras; não podemos afirmar esta técnica.
Os registros rupestres da Cachoeira do Pedro são superiores a 200 representações, distribuídas em treze painéis distintos. Os grafismos são bem elaborados, de profundidade significativa e polidos; em alguns deles é possível reconhecer: antropomorfos, zoomorfos e fitomorfos. Pode-se observar uma semelhança morfológica do conjunto parietal da Cachoeira do Pedro com as Itacoatiaras do Ingá – Paraíba.
Localização:
Situa-se a cinco quilômetros oeste da sede do município de Picuí e está inserido na propriedade particular dos herdeiros de Francisco de Chagas Lucena.
O acesso até a Itacoatiara do Pedro é fácil e sem obstáculos significativos. Partindo de Picuí pela PB 151 sentido Carnaúba dos Dantas, percorre-se cinco quilômetros até onde será possível observar uma estrada carroçável à esquerda da PB 151; seguindo esta estrada chega-se à casa sede da propriedade, de onde se abandona o veículo auto motor e segue-se uma trilha bem definida até o referido sítio arqueológico; a caminhada é de quinhentos metros.
Preservação:
As itacoatiaras da Cachoeira do Pedro, já vem sendo visitadas por banhistas em época de chuvas, curiosos e pesquisadores há várias décadas. A presença dos banhistas vem ocasionando poluição significativa no sítio e em seu contexto Além de inscrições e arranhões, há escritas modernas próximas aos grafismos rupestres e até mesmo sobre eles Apesar da intempérie, ainda é possível afirmar que estado de conservação do sítio é bom.
Contexto:
O entorno da Cachoeira do Pedro é utilizado para criação de pequenos rebanhos bovinos, para fins de subsistência da propriedade. A flora se mantém em estado de preservação regular, o que é comum ao restante da região é possível se ver algumas aves dos tipos: coruja, rolinha, entre outros que são atraídos pelas águas dos caldeirões.
Consideração:
Se faz necessária uma Urgente ação protetora ao sítio arqueológico itacoatiaras do Pedro, tanto pela sua importância temática decorrente das representações rupestres, como pela beleza natural desprendida pelas formações rochosas florísticas e hídricas do sítio.
Dos sítios arqueológicos visitados e levantados pela Associação Trilhas na Caatinga, em Picuí, este é o que mais apresenta condições para o advento turístico. Os principais fatores que levam a esta afirmação são: fácil acesso; não possuir sedimentação significativa que possa ser perturbada por turistas e a beleza natural e parietal.
Edson Calado / ATCP