Após recontagem, número de armas apreendidas sobe para 120, sendo 93 fuzis
Por Redação com JPan - em 7 minutos atrás 1
Passados três dias da megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos – sendo quatro policiais -, os números e atualizações da ação seguem repercutindo. Neste sábado (1), a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro divulgou um novo número de armas apreendidas nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da Cidade, subindo de 118 para 120, com os dois fuzis apresentados em outras delegacias. Segundo a nova publicação, foram 93 fuzis, além das 26 pistolas, um revólver, explosivos, munições, drogas e equipamentos militares utilizados pelo Comando Vermelho. Estima-se que o arsenal, que tem sido classificado como “arsenal de guerra”, tenha um valor de R$ 12,8 milhões.
“Cada fuzil retirado de circulação representa uma vida salva. Vamos continuar enfrentando quem lucra com o medo e com a morte. O Estado está presente, atuando com rigor e estratégia para enfraquecer o poder do narcotráfico e devolver o Rio de Janeiro aos cidadãos de bem”, disse o governador do Estado, Cláudio Castro. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, mostrou que 57% dos moradores do Rio aprovou a ação. Outros 39% dos entrevistados pelo Datafolha discordam – integralmente ou em parte – da avaliação de Castro de que foi um sucesso. Conforme o levantamento, 48% dos entrevistados acreditam que a operação foi bem executada.
Outros 21% apontaram falhas na ação e 24% reprovaram a estratégia adotada pela Polícia Militar. Para metade dos entrevistados, a maioria dos mortos era composta por bandidos. Outros 31% disseram acreditar que todos eles eram criminosos, enquanto só 4% disseram que a minoria era inocente e 1%, que todos eram inocentes. A equipe do Datafolha ouviu 626 eleitores, na quinta-feira, 30, e na sexta-feira, 31. A margem de erro para o total da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou menos.
Do ponto de vista da segurança pública, especialistas afirmam que a medida teria pouco efeito prático para reduzir o poder de organizações como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho). Mas na ótica eleitoral, analistas políticos consideram que o projeto tem potencial para tirar do governo Lula o protagonismo no combate à criminalidade. Na quarta-feira (29), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que o governo não defende a mudança. “Nós temos uma posição que já foi externada várias vezes: uma coisa é terrorismo, outra coisa são facções criminosas. O terrorismo envolve sempre uma nota ideológica, é sempre uma atuação política com repercussão social, com atentados esporádicos, sempre tendo em conta um determinado fator ideológico”, disse
Das 121 vítimas, 109 suspeitos mortos já foram identificados, desse total, nenhum havia sido denunciado pelo Ministério Público do Rio na investigação que embasou a ação policial, e nenhum tinha mandado de prisão devido a esse processo. Contudo, 78 possuíam antecedentes criminais, 42 tinham mandados de prisão em aberto e 40 eram de outros estados.
