Em Picuí, Prefeitura realiza mobilização contra o trabalho escravo contemporâneo
Por Por Janderye Macedo - em 3 semanas atrás 2
Em uma manhã de grande mobilização e conscientização, a Prefeitura de Picuí, em parceria com o Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT/PB) e as Secretarias de Educação, Assistência Social e Saúde, encerrou a culminância do projeto “Educar para Não Resgatar”. A ação, realizada ao longo da manhã, buscou fortalecer a luta contra o trabalho escravo contemporâneo por meio de iniciativas de educação e prevenção, destacando a importância da informação como ferramenta para romper o ciclo da exploração.
O evento reuniu educadores, profissionais da saúde, assistentes sociais, estudantes e a comunidade, com o intuito de sensibilizar a população sobre as consequências do trabalho análogo à escravidão e as alternativas para prevenir e combater esse problema. Alunos que integram o sistema municipal de ensino em Picuí participaram da culminância apresentando uma exposição dos trabalhos realizados ao longo do ano letivo sobre essa temática, trazendo produções e materiais educativos que abordaram o impacto e os métodos de prevenção contra o trabalho escravo.
A Secretária de Educação, Guia Lucena, explicou a relevância do projeto para as novas gerações: “Trabalhar a conscientização desde cedo é essencial. Nossa juventude precisa entender que o trabalho escravo contemporâneo ainda existe e que temos a responsabilidade de combatê-lo. É uma tarefa de todos, da sociedade como um todo, que começa pela educação.”
A Secretária de Saúde, Janaína Almeida, também enfatizou a importância do envolvimento de múltiplas áreas para o sucesso da iniciativa: “O impacto do trabalho escravo e do trabalho infantil na saúde física e mental é devastador, especialmente para as crianças e adolescentes. Estamos empenhados em oferecer suporte não apenas para aqueles que já foram afetados, mas também em construir uma rede de proteção e acolhimento para prevenir novos casos.”
A coordenadora de saúde do trabalhador, Vanusa Oliver, também esteve presente no evento, apresentando um relatório das ações realizadas por sua coordenadoria ao longo do ano. Ela exibiu dados sobre as palestras de conscientização promovidas com o intuito de alertar a população sobre as características do trabalho escravo e os caminhos para a denúncia. “A prevenção é a nossa principal arma. Levamos informação e orientações práticas para diversos públicos, desde estudantes até trabalhadores de setores mais vulneráveis”, destacou a coordenadora.
Rejane Miranda, Secretária de Assistência Social, reforçou que a conscientização e a denúncia são essenciais para a erradicação desse tipo de exploração: “Nossa responsabilidade é proporcionar meios de proteção para que ninguém seja submetido a condições indignas de trabalho. Através desse projeto, estamos levando informação e apoio para que as pessoas saibam reconhecer os sinais do trabalho escravo e saibam que podem contar com a rede de assistência do município.”
Durante o evento, o prefeito de Picuí, Olivânio Remígio, trouxe um depoimento pessoal e emocionado ao público, destacando que ele mesmo, durante sua infância, foi vítima de trabalho infantil e de situações análogas à escravidão. “É triste saber que, apesar de todos os avanços, ainda lutamos contra essa realidade no Brasil. Eu mesmo vivi isso na pele e sei o quanto é doloroso. Nosso papel, enquanto gestores e cidadãos, é fazer com que as próximas gerações possam ter a dignidade de um futuro livre dessas práticas. Não podemos descansar enquanto essa realidade ainda existir”, declarou o prefeito.
A culminância do projeto “Educar para Não Resgatar” mostrou a importância da união entre poder público e sociedade civil para enfrentar e extinguir o trabalho escravo contemporâneo. O evento destacou ainda a necessidade de uma atenção constante da população para identificar e denunciar situações de exploração. Segundo as autoridades presentes, a denúncia é o primeiro passo para libertar pessoas que ainda vivem sob condições de trabalho degradantes.