Gado sofre com a escassez de água e alimento no Curimataú e Seridó paraibano
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De fevereiro a maio, por mais que a quadra chuvosa não seja das melhores, os animais dispõem de água e pasto. Entretanto, no segundo semestre, as dificuldades começam a surgir, já que as reservas se tornam mais escassas.
Nesta época do ano, com o tempo cada vez mais quente e seco, o rebanho bovino sofre com a falta de pastagem nativa e de água no Curimataú e Seridó paraibano. Os criadores enfrentam desde 2012 dificuldades para manter os animais. O gado está magro. Quem buscou alternativa como formação de silos para segurança alimentar e reduziu o número de animais ainda se mantém na atividade, mas o quadro é de dificuldades.
A partir de junho, nas regiões em tela, as chuvas ficam escassas até a chegada da pré-estação (dezembro e janeiro) que pode favorecer a formação da pastagem nativa (capim) para alimentar o rebanho. Até lá, é preciso, entretanto, fazer a travessia. Quem percorre rodovias no Curimataú e Seridó paraibano observa os animais nas roças secas, quase sem mato, lambendo terra e pedras à procura de gramíneas.
Em Barra de Santa Rosa, por exemplo, o rebanho sofre com a falta de alimentação. “A situação da pecuária é grave aqui na região”, disse o criador Francisco Santos, que mantém uma criação de 20 bichos em sua propriedade. “Na roça, o gado tenta comer o resto de pasto, mas a terra está seca, sem nada”.
Alguns produtores levam os animais para pastar nas margens da rodovia. “É o jeito usar esse capim para não deixar os bichos morrerem de fome”, justificou o agricultor Raimundo Rodrigues. O criador colocou duas pessoas, sinalizando os motoristas com flanelas para evitar acidentes.
De acordo com relato dos criadores, nos últimos sete anos houve morte e venda de animais mediante as dificuldades para alimentar o rebanho. “Muitos venderam a maior parte do gado porque não tinham como sustentar”, disse o agricultor Sebastião Alves.
Os produtores rurais mostram-se preocupados com os anúncios de que 2022 será mais um ano com chuvas abaixo da média histórica, de fevereiro a maio. “A gente fica temeroso, mas não perde a esperança”, conta o agricultor, Severino Dantas, da região da Caatinga, zona rural de Picuí.
“Hoje me deparei com a triste realidade de constatar mortes de animais pela falta de comida e também a falta de água em solo paraibano, especificamente no Curimataú. É de extrema necessidade nos atentar para o uso correto da água, pois, ultimamente os índices pluviométricos para esta região, assim como todo o estado, estão cada vez mais, abaixo do esperado. Alguns fatores influenciam na alteração do clima como, por exemplo; o desmatamento, assoreamento dos rios, constantes queimadas, poluição ambiental entre outros. Vivenciamos momentos difíceis na história do semiárido nordestino”. Disse em sua rede social Cleverthon Silva.
Tecnologias
Segundo técnicos da Empaer-PB, somente uma parte dos criadores investe em tecnologias alternativas de alimentação do rebanho, priorizando a formação de silos (armazenamento de capim ou de sorgo forrageiro) para ser usado no período de escassez.
José Onildo de Negreiros com Portal do Curimataú