Em João Pessoa greve dos motoristas de ônibus entra no terceiro dia; impasse continua sem negociação
Por Redação - em 3 minutos atrás 1
A greve dos motoristas de ônibus de João Pessoa continua nesta quarta-feira (29) e entra no seu terceiro dia. A categoria e o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur-JP) não conseguiram entrar em nenhum acordo.
Reividicação
Os motoristas da Capital reivindicam um aumento salarial de 15%, reajuste no vale-alimentação de R$ 440 para R$ 800, e uma comissão de R$ 250 para aqueles que acumulam a função de cobrador – atualmente, esse valor é de R$ 100.
A pauta inclui ainda o retorno do vale-alimentação durante o período de férias e o fim da jornada dupla.
De acordo com o presidente do sindicato Ronne Nunes, a paralisação tem como objetivo pressionar por condições mais justas e melhoria na qualidade de trabalho para a categoria. Até o momento, não houve sinalização de um novo acordo.
Sintur alega ilegalidade e cobra cumprimento da decisão judicial
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur), Isaac Júnior, disse, na última segunda-feira (27) em entrevista ao programa Paraíba Verade, da Arapun FM, que a manifestação é ilegal e que o sindicado dos motoristas estão desrespeitando ordens judiciais.
Na decisão citada pelo presidente, foi da desembargadora federal Herminegilda Leite Machado, do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT13), concedeu uma liminar determinando que, durante a greve dos motoristas de ônibus, a operação de transporte coletivo na região metropolitana de João Pessoa seja mantida com, no mínimo, 60% da frota em atividade.
A magistrada também alertou para os possíveis impactos sociais e urbanos de uma redução tão drástica na frota de transporte. “O sistema de transporte público de passageiro nacional é caótico por essência, não sendo diferente na cidade de João Pessoa-PB, onde reclamos sobre superlotação de pessoas dentro dos coletivos nos horários considerados de pico, atrasos na passagem dos ônibus nas paradas, falta de linhas em algumas localidades, são uma constante. Advirá, extreme de dúvida, absoluto caos urbano e social com funcionamento de apenas 30% da já diminuta frota de ônibus”, argumentou.
Presidente do Sindicado dos Motoristas se defende
O presidente do Sindicado dos Motoristas, Roni Nunes, negou as acusações. Durante entrevista no programa Tribuna Livre, da TV Arapuan, nesta segunda-feira (27), explicou que a manifestação apenas solicita os direitos que haviam sido retirados em 2019.
“Estamos revoltados. Chegou a hora das empresas respeitarem o trabalho e não apresentarem uma proposta digna. Estão querendo jogar a Justiça e a população contra o trabalhador mais não vão conseguir”, disse
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP) disse na última segunda-feira (27), com exclusividade ao programa Paraíba Verdade da Arapuan FM, que espera que a Justiça decrete a prisão do representante da greve dos motoristas de ônibus da Capital por desobediência. Ouça o áudio abaixo.
Para o gestor, a greve organizada pelo presidente do sindicato dos motoristas, Roni Nunes tem questões eleitorais, pois em 2026 acontece uma eleição para decidir o novo representante da categoria. “Isso é fruto da política eleitoral, da atual direção do sindicato querendo mostrar serviço de forma irresponsável”, disse o prefeito.
Na ocasião Cícero explicou que não é papel do poder executivo intermediar relações entre empresa e empregado. Mas é dever se preocupar com as irregularidades na cidade e nas concessões públicas.
O prefeito ainda disse que o presidente do sindicato dos motoristas havia assinado favorável a um aumento de 5%. “Depois vem com essa politicagem para prejudicar o povo de João Pessoa”, ressaltou.
“Eu espero e confio que a Justiça vai determinar sua prisão por desobediência e que a polícia seja acionada para que os ônibus atendam a população e atenda seu papel. É muita irresponsabilidade. Espero que aqueles que têm responsabilidade ajam para que a população não seja presjudicada”, disse.