Igreja critica divulgação de suspeitas de pedofilia na PB investigadas em segredo

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igreja pbO processo de investigação sobre casos de pedofilia envolvendo o bispo emérito da Paraíba, Dom Aldo di Cillo Pagotto, está em Roma. A informação foi dada pelo administrador apostólico da Arquidiocese da Paraíba, Dom Genival Saraiva de França, nesta terça-feira (3), no Correio Debate, na rádio 98 FM. Ele criticou a publicação de fatos suspeitos que são investigados em segredo de Justiça.

Segundo Dom Genival, as denúncias são apuradas pela Congregação para Doutrina da Fé, no Vaticano. Sobre o assunto, o administrador afirmou que defende uma investigação profunda e, se comprovada culpa, que sejam aplicadas as penalidades previstas, como um possível afastamento de Dom Aldo da Igreja.

“Isso (pedofilia) praticado dentro do universo eclesiástico, em qualquer Igreja, é um atentado ao ser humano da forma mais indigna. Encontrei na Arquidiocese essa situação, que é objeto de investigação na instância da sociedade civil e, conforme as normas canônicas, o processo está na Congregação para Doutrina da Fé, em Roma. Se decorrido o processo, com todo direito de defesa, for comprovada culpa, a Igreja deve afastar o sacerdote”, disse Dom Genival, afirmando ainda que não é só da Igreja a obrigação de combater a pedofilia, mas da sociedade, já que há inúmeros casos em famílias.

Ainda segundo o administrador, o processo sobre Dom Aldo corre em segredo de Justiça, mas peças da investigação já foram vazadas, o que ele considera inadequado.

“O fato de haver menção [sobre Dom Aldo em denúncias de pedofilia] não significa dizer que esteja correspondendo aos fatos. Os processos são em segredo, mas existem vazamentos impróprios e inadequados, que considero fora de tempo”, disse Dom Genival.

Dom Genival adiantou também que a lista tríplice com a indicação dos prováveis substitutos do Arcebispo Dom Aldo Pagotto já foi recebida pelo Vaticano. Pagotto renunciou ao cargo em julho de 2016.

O administrador apostólico contou na entrevista que o nome do substituto deverá ser indicado pelo Papa Francisco em até oito meses. Os nomes listados não podem ser revelados.

Redação