Lira defende mudança no PMDB e revela operação para afastar Temer e Ricardo
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Adotando um tom mais incisivo, o senador Raimundo Lira admitiu hoje seu interesse em participar do que chamou “oxigenação” da direção estadual do PMDB, comandado há 25 anos pelo também senador José Maranhão. Lira negou que haja animosidade com o decano, mas rejeitou alguns “recados” enviados por emissários de Maranhão, notadamente o que o acusava de “servir a dois senhores”, numa referência ao fato de ser filiado ao PMDB, que é oposição ao governador da Paraíba, e ser aliado de Ricardo Coutinho (PSB).
Na entrevista, concedida ao Rádio Verdade da Rádio Arapuan FM, Lira revelou que algumas forças, cujos nomes não citou, teriam atuado para evitar que o governador Ricardo Coutinho (PSB) tivesse contato político e administrativo com o presidente Michel Temer (PMDB): “Eu fiz um trabalho para a convivência de Ricardo e Temer, mas fui boicotado por todas as partes. Muita gente que não queria que o governador da Paraíba tivesse uma relação administrativa e política com o presidente da República e eu entendo que isso não poderia acontecer porque o povo do Estado é que seria o maior prejudicado. Eu não vou citar nomes. Falo do fato histórico cujos personagens todos sabem e não precisa [citar]. Ajudando a Ricardo Coutinho, eu estaria ajudando a todo o Estado. Isso criou esse frase de que Lira não poderia servir a dois senhores. Que dois senhores? Eu sirvo ao povo da Paraíba. A outra questão partidária é que senador não tem chefe. Ele só serve ao seu Estado e ao seu povo!”.
Apesar de negar que esteja rivalizando com Maranhão, o senador Lira admitiu que a direção partidária precisa ser oxigenada: “Quero fortalecer o PMDB porque nas últimas eleições municipais, a Paraíba tinha 56 prefeitos e apenas 30 foram eleitos. Três já saíram do partido, que encolheu, enquanto no Brasil, o partido tem crescido. Há um consenso de que precisa haver uma renovação, mas de maneira democrática e não através de intervenção, como chegou a ser dito. No PMDB não cabe intervenção. Precisamos respeitar os mandatos e vamos fazer essa discussão na época certa. Maranhão é uma pessoa profundamente habilidosa e se não o fosse não estaria no comando do partido por 25 anos. Mas, entendo que precisamos ter expectativa de poder. O partido precisa disso se não leva o desânimo aos filiados”, comentou.
Redação