Déficit da Previdência estadual passa de R$ 1,1 bi. “Simplesmente impagável”, define governador
Por - em 8 anos atrás 481
O déficit da Previdência estadual ultrapassa R$ 1,1 bilhão ao ano. Foi o que revelou, nesta quinta-feira (24), o governador Ricardo Coutinho (PSB). “É simplesmente impagável”, definiu. Ele fez um comparativo com o gasto com uma obra estadual. “É mais do que um canal Acauã/Araçagi”, lamentou. O déficit da Previdência, segundo Ricardo, aumenta em torno de 25% ao ano.
Juntamente com mais 24 governadores, Ricardo se reuniu em Brasília (DF) com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e recebeu a informação de que a Paraíba terá direito a uma parcela dos valores da multa sobre a repatriação de ativos. Com isso, a Paraíba teria direito a mais R$ 136 milhões.
Para esse repasse, contudo, o governo federal cobrará dos governadores cortes nas despesas, inclusive na folha de pessoal. Ricardo Coutinho anunciou que terá outra reunião entre os governadores para acertar pontos que os estados aceitam e os que serão rejeitados nessa negociação com o governo federal. “Os estados têm que preservar suas autonomias. Não podemos aceitar medidas que venham de cima pra baixo”, defendeu.
Segundo ele, o estado da Paraíba já vem cortando gastos há muito tempo e não pode sofrer as mesmas cobranças de estados que nunca tiveram redução de despesas. Para ele, o déficit da Previdência preocupa a todos os governadores, mas não é um simples aumento de alíquota nos contracheques dos servidores que irá resolver essa situação. “Não adianta aumentar a alíquota da Previdência sem que haja um estudo técnico antecipado sobre a situação de cada estado”, avaliou.
Ele acredita que a negociação com o governo federal, a fim de definir as metas que os estados têm que alcançar para ter acesso aos recursos da repatriação, deve ser política e não apenas técnica. “A solução é política. Vamos resolver isso dentro de um entendimento muito mais complexo”, disse.
Ricardo Coutinho observa que a economia não reage, a receita dos estados e municípios cai a cada momento e o país não encontra uma saída para a crise. “Não podemos continuar assim”, disse.
Redação