Paraibanos são achados em trabalho escravo no DF; eles ficavam dias sem comida e banho

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trabalho escravo jpeQuatorze paraibanos foram resgatados após serem flagrados em situação de trabalho análogo à escravidão no município de Brazlândia, cidade satélite a 50 km de Brasília. O flagrante foi feito na quinta-feira (1º), pela Polícia Militar do Distrito Federal, durante uma abordagem ao caminhão onde eles estavam escondidos. O motorista do veículo, que era o patrão das vítimas, foi preso.

O major Tavares, comandante do 16º Batalhão da PM do Distrito Federal em Brazlândia, afirmou que os policiais estavam em abordagens de rotina quando decidiram revistar o caminhão após desconfiar da movimentação externa nele.

“Os policiais perceberam algo de errado e decidiram revistar o caminhão, quando encontraram 15 pessoas escondidas dentro do baú, sendo 14 delas de cidades da Paraíba. As pessoas disseram que estavam trabalhando vendendo panelas para o motorista do caminhão e que estavam passando fome por não conseguir vender o que era estabelecido”, contou o major.

Ainda segundo o major, as vítimas contaram que eram abordadas nas cidades natais e recebiam dinheiro emprestado para custear gastos familiares e que depois eram recolhidas para trabalhar no Distrito Federal.

Uma das vítimas, natural de São João do Rio do Peixe, município do Sertão paraibano, a 475 km de João Pessoa, contou à polícia que chegou a passar fome por dois dias e a ficar sem tomar banho por três dias porque não havia conseguido vender mercadorias e não tinha dinheiro para custear gastos.

“Eu recebi R$ 350 para ajudar minha família e tive que vir trabalhar para ele [suspeito preso] para pagar a dívida. A gente só comia e tomava banho se vendêssemos. Muita gente passou um dia ou dois de fome. Às vezes a gente dormia embaixo do caminhão, em um posto”, contou um dos paraibanos resgatados.

Ainda segundo a vítima, os trabalhadores não conseguiam saldar as dívidas porque precisavam de mais dinheiro para pagar alimentação e ficavam sujeitos a passar meses longe de casa.

De acordo com o major Tavares, o caso foi entregue para a Polícia Federal. Já os paraibanos ficaram em Brasília e vão receber ajuda da Assistência Social do Distrito Federal para que consigam voltar aos municípios de origem.

Com Correio