Carnaval de Rua em Cuité será o mais animado do Curimataú
Por - em 9 anos atrás 606
A base do Carnaval, mesmo que não comprovada cientificamente, é encontrada nos cultos agrários do tempo da descoberta da agricultura, com suas danças, máscaras, adereços, orgias e libertinagens. Mais tarde o modelo passou por Roma e Grécia, como uma válvula de escape da nobreza e dos escravos, o culto ao corpo sem culpa.
Porém, foi quando surgiu o conhecido entrudo, na Europa, que a folia tomou formas mais parecidas com a vista nos dias de hoje. Durante festa, que acontecia no período anterior à quaresma, as pessoas jogavam umas nas outras ovos, água e farinha. O hábito traduzia a liberdade, o que ainda marca a festa nos dias de hoje.
No Brasil, era necessário manter a corte e a plebe distraídas. Em busca disso, surgiram as primeiras festas por volta de 1579. O primeiro registro brasileiro é o “Auto das Onze Mil Virgens”, onde é encontrado um modelo semelhante a um carro alegórico. O primeiro desfile carnavalesco, entretanto, ocorreu em março de 1641, na Rua Direita (hoje, 1º de Março, no Centro do Rio). Durante esta celebração, com a presença de dois carros alegóricos, desfilaram diversos homens encapuzados.
O entrudo chegou ao Brasil por volta de 1723, e junto a ele os editais de proibições devido aos desastres ocorridos durante a brincadeira. Os editais nunca foram respeitados. Por volta de 1885 foi acrescido à água a groselha, o vinho, o vinagre e os perfumes. O século XX trouxe uma nova mentalidade para o país, e a sociedade passou a frequentar os corsos, blocos e as grandes sociedades. As seringas e bisnagas foram, finalmente, substituídas pelos confetes e serpentinas.
Em 1825 surgiram os bailes carnavalescos. Inicialmente organizados como festas particulares, logo saíram de cena devido aos altos custos e à veiculação errada de sua imagem, apresentada como orgias sexuais. Por volta dos anos 1850 surge o Zé Pereira, grupo de amigos que saíam às ruas do centro do Rio de Janeiro, ao som de zabumbas e tambores, sendo seguidos por um grande público. Foi o marco das primeiras folias do Momo.
Os cordões surgiram por volta de 1870, como uma evolução do Zé Pereira. Os grupos disputavam seus estandartes — coroas oferecidas pelos donos das funerárias. Os cordões passavam e faziam suas homenagens aos “julgadores” e suas famílias, caso este gostasse de sua apresentação colocava uma coroa no estandarte do grupo.
Em 1965, com a evolução da folia, os blocos carnavalescos se fortalecem e fundam a Federação dos Blocos Carnavalescos, quando passam a desfilar junto às escolas de samba no sábado, segunda e terça-feira. Em 1987, com o forte crescimento das escolas de samba, os blocos deixam de desfilar, mas tornam-se cada vez mais uma grande força no Carnaval carioca.
Há quatro séculos e meio o povo brasileiro esbanja um espírito alegre e festeiro, extraindo das dificuldades as cores da folia. A festa passou pelo entrudo, os bailes carnavalescos, o Zé Pereira, o corso, banho de mar à fantasia, cordões carnavalescos, grandes sociedades, blocos carnavalescos até finalmente ir parar nas passarelas conhecidas como “Sambódromos”.
Hoje, os quatro dias oficiais da folia são preenchidos por bailes populares, blocos de rua, e grandes festas, entretanto, o desfile das escolas de samba continua sendo o ponto alto de todo o show. A cada ano as disputas ficam mais acirradas, e o desfile, um espetáculo ainda mais bonito aos olhos de quem vê. Um trabalho intenso, confeccionado ao longo de um ano inteiro, com a dedicação e empenho de cada personagem da escola.
Fonte: Opinião e Noticia