Carnavalesco Cirilo chega para brincar mais um carnaval Fest Folia

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Foi em 31 de dezembro de 1921, que um dos maiores carnavalescos de nossa região lançou seu primeiro choro. Filho de Maria Rita e Zacarias, Silvestre José Dantas, nem imaginava que  de “frevo” tanto gostaria.

Ao longo da vida trabalhou no garimpo, e de honestidade sempre foi bem provido. Casou-se com Efigênia Rosa Dantas, mais conhecida como a doce e delicada Geninha, no ano de 1945, onde deram vida a nove filhos, sendo eles Dalvinha, Renato, José, Isaurina, Vitória, Antônio, Lourdes, Maria e Assis, destes que originam atualmente 23 netos e 20 bisnetos.

Por volta de 1979, Silvestre José  Dantas, nosso querido e admirável Cirilo, chegou à pequena cidade de Nova Palmeira, trazendo consigo toda sua família. A rua na qual acomodou seu lar, sua mulher e filhos continua sendo a mesma até hoje, a Aprígio Clementino. Lá construiu amigos, educou as filhas, colocou para trabalhar os filhos, moldou sua vida, esta que veio a desabrochar depois de dar formas a sua chamada “bodega”, se tornando um dos padeiros da cidade, por volta de 1980, com a ajuda de sua esposa. Deste ponto, escalou vários outros, não chegando a ser um rico comerciante, mas um honesto trabalhador.

Entre tantas manias, uma delas ele ainda mantém viva, a de ser um bom carnavalesco, admirador incansável do frevo, da sanfona, do batuque, dos enfeites e adereços coloridos, das danças animadas, da música alegre, do inesquecível “panranranran, panranranran, panranranran, panranranran” da batucada que faz dançar as ruas.Como diz sua neta Ilza Mendonça, “Vô Cirilo é um homem que no olhar e na pele guarda as marcas de toda uma vida. Com ele aprendemos uma infinidade de ensinamentos e experiências. Nos ensinou a lidar com a vida de uma forma admirável. E uma forma de retribuir todo esse amor é fazermos essa homenagem.”

Seu gosto pelo barulho alegre do carnaval fez com que a cada ano comemorasse a festividade a sua maneira, começando suas primeiras aventuras em cima de uma bicicleta, correndo pelas ruas onde a música tocasse primeiro. Quando as coisas melhoraram e ele pode possuir uma motocicleta sua busca pelo frevo continuou mais efervescente e constante. Já casado e com uma vida organizada, comprou um Jeep, do qual nomeou de “Tchau”, sua marca registrada até hoje. Em tempos carnavalescos o automóvel era decorado com uma das suas mais célebres frases, “Não sou pipoca, mas dou meus pulinhos!”.

No ano de 2013, no seu trigésimo quinto carnaval, aos 91 anos de idade, através de um projeto levado a câmara por meio do vereador e neto Gilvan, recebeu uma carinhosa homenagem e reconhecimento da sociedade nova-palmeirense, no qual Cirilo dá o nome à praça de eventos da cidade de Nova Palmeira, sendo chamada de Praça de Eventos O Cirilão.Andarilho, nos carnavais da região sempre destacou-se com o seu bloco Os Impossíveis, desde 1978, ano que deu início a uma jornada de carnavais sem fim, sempre alegrando as ruas das cidades por onde passava com sua “batucada” e chamando atenção com suas camisetas irreverentes e divertidas, levando a alegria por cada esquina. Bem como diz sua filha Maria, “Ele pode está triste, mas quando alguém fala do carnaval ele se enche de vigor e alegria. É o carnavalesco mais antigo da região e leva esta bandeira ate hoje.”

Como diz seu filho Assis, “Não só é motivo de alegria para nossa família vê-lo sendo reconhecido pelos anos de festividades carnavalescas promovidos, mas especialmente para ele, que chora de emoção ao falar em seus últimos anos de “pulinhos”, afinal sua idade não lhe proporciona tanta disposição. Neste ano de 2016 me sinto muito agraciado por poder compartilhar com ele esses singelos momentos de alegria e que os faz tão feliz.”

“Lembro-me muito bem que a maioria das pessoas viajavam para passar o carnaval fora. A cidade ficava em silêncio, nem parecia que era carnaval. Mas quando menos se esperava ouvia-se uma batucada na rua, animada por uma sanfona, pandeiro, triangulo, zabumba, apitos… era Os Impossíveis com suas apresentações animando Nova Palmeira no carnaval. E com isso Pai sentia-se muito feliz e tudo aquilo era o que ele mais queria, organizar o seu bloco e apresentar-se fazendo suas homenagens a familiares e amigos queridos”, relata sua filha Vitória.Cirilo foi, está sendo e sempre será uma figuraça da nossa querida cidade. Desde sua chegada à antiga ‘Jerimum’ ele veio dando sua contribuição para o crescimento e desenvolvimento da cidade, sendo a maior delas, esta de cunho alegre e divertido, o carnaval de Nova Palmeira, afinal, antes desta festa se tornar tradição no município, os tempos carnavalescos por aqui eram animados por ele e sua batucada, esta toda projetada, na maioria das vezes, em cima do Jeep Tchau.

Desde 1980, em feriado de carnaval, por volta das 6 horas da manhã, Nova Palmeira houve o barulho de fogos e logo depois o som da sua batucada, hoje soando baixo, às vezes longe, pois os instrumentos agora são poucos e os companheiros também, mas soam com o mesmo entusiasmo e talvez até com mais amor e vontade de um homem que não quer, por ano nenhum, abandonar o som da alegria!

NovaPalmeiraoficial com informações e depoimentos da família.