
Palmeiras mostra DNA de Libertadores; epopeia não pode ser rotina
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O cenário piorou quando o Peñarol saiu na frente. Após cobrança de escanteio, a defesa falhou ao permitir que Ramón Arias mandasse um tiro de cabeça, sem chances para Fernando Prass. Fabiano não acompanhou o zagueiro uruguaio, que superou Mina pelo alto.
Defesa do Palmeiras falha no gol Peñarol; dois gols uruguaios foram em jogadas pelo alto (Foto: GloboEsporte.com)
Depois do gol, o Palmeiras se desorganizou um pouco – entortando, em alguns momentos, a formação de meio. E começou a ameaçar em chutes de média e longa distâncias, sem conseguir encaixotar o Peñarol.
Mas tudo mudou no segundo tempo. O Palmeiras voltou do intervalo ensandecido – em módulo Libertadores. Em cinco minutos, virou o jogo.
Mas a intensidade da equipe não foi a única responsável pela reviravolta. Por trás dela, esteve um time que retornou mais equilibrado.
Tanto que os dois gols saíram pelo lado direito, aquele pouco utilizado no primeiro tempo – ambos com participação de Fabiano. No primeiro, Edu Dracena e Borja brigaram pela bola, que chegou para Willian completar; no segundo, Borja foi novamente importante ao sair da área para desviar para Guerra – que acionou Dudu livre.
Na sequência, Borja desperdiçou cobrança de pênalti. Tchê Tchê, depois, teria gol evitado em cima da linha. E aí o Palmeiras voltaria a errar pelo alto – permitindo que Gastón Rodriguez completasse um rebote para o gol.
O empate insatisfatório se tornava um grande teste para a paciência, a inteligência e o espírito de luta do time palmeirense. Em geral, a equipe reagiu bem às provocações do adversário ao longo do jogo – especialmente Felipe Melo, muito visado.
Mas Dudu perdeu a cabeça ao levar amarelo, reclamou com o árbitro e acabou expulso. Houve confusão, e foi isso que levou o jogo até os 54 minutos, quando Fabiano, de cabeça, fez o gol da vitória.
Felipe Melo soube se controlar diante da provocação dos adversários (Foto: GloboEsporte.com)
O Palmeiras é melhor que o Peñarol – e, por isso, deveria ter padecido menos para vencer. Mas isso é Libertadores, e do outro lado havia um dos maiores clubes do continente, um pentacampeão da América. Sofrer é normal, é do jogo.
O que o Palmeiras não pode, depois da epopeia desta quarta-feira, é cair na lenda de que ter alma de Libertadores é o principal para conquistá-la. Não é. O mais importante é ter bola. Quando a bola não resolve, porém, a alma pode ser um diferencial. Era algo que o Palmeiras da Libertadores passada não tinha. E que o Palmeiras da Libertadores deste ano parece ter.
Redação