‘Pelé – O nascimento de uma lenda’ bate um bolão só nas cenas de futebol

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peleA piada do “Chaves” em que o personagem repetia incontáveis vezes, no cinema, que “era melhor ter ido ver o filme do Pelé” perdeu um pouco seu sentido. Pensando bem, ver o filme do Pelé não é uma opção tão boa assim (assista ao trailer acima).

A piada do “Chaves” em que o personagem repetia incontáveis vezes, no cinema, que “era melhor ter ido ver o filme do Pelé” perdeu um pouco seu sentido. Pensando bem, ver o filme do Pelé não é uma opção tão boa assim (assista ao trailer acima).

Pelo menos é a conclusão que se tem ao ler as primeiras críticas da imprensa americana sobre “Pelé – O nascimento de uma lenda”, filme baseado no começo da carreira de Edson Arantes do Nascimento e seu surgimento como rei do futebol na Copa de 1958. O longa ainda não tem data confirmada de estreia no Brasil e chega aos EUA nesta sexta-feira (13).

Parte técnica = camisa 10
Roteiro, atuações e o filme como um todo são mal falados. A parte técnica é que rende elogios. As imagens e cores criadas pelo diretor de fotografia Matthew Libatique (de “Cisne Negro” e “Noé”) são consideradas “vigorosas”. A trilha sonora de A.R. Rahman (“Quem quer ser um milionário?”) carrega forte na percussão e recebe adjetivos como “impecável”.

A direção de Jeff e Mike Zimbalist não parece ser problema para os críticos. O trabalho dos irmãos americanos é elogiado, por terem familiaridade com os temas futebol e Brasil. Eles dirigiram o documentário “The Two Escobars”, que mostra a história de dois colombianos, o narcotraficante Pablo Escobar e o lateral Andres Escobar, mortos nos anos 90. Também fizeram “Favela Rising”, documentário sobre o Afro-reggae.

Veja trechos de textos publicados por críticos em sites americanos:

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica do site 'Variety' (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: DIÁLOGOS SÃO CONSTRANGEDORES
Ponto positivo: É DIVERTIDO PARA QUEM CURTE FUTEBOL

“Ao dramatizar a vida de uma estrela e a primeira conquista de Copa do Mundo, o filme falado em inglês tenta fazer seu melhor visualmente para mostrar o quão revolucionário foi o surgimento de Pelé. Mas o longa deixa os espectadores continuamente paralisados graças a uma narrativa sem inspiração e ultra tradicional.

Os diálogos são bem constrangedores e o roteiro é esteriotipado, mas mesmo assim fãs do futebol vão se divertir ao ver jogadores famosos recriados. Estão incluídos Felipe Simas como o alegre e acima do peso Garrincha e Fernando Caruso na pele do ranzinza Zito.

Os três montadores conseguem manter frenética a ação no campo. Os dois atores escalados para viverem Pelé parecem ter sido escolhidos mais por serem parecidos com o jogador e serem bons de bola do que por seus talentos como ator, mas, francamente, o desempenho deles na atuação é tão bom quanto o filme precisa. Seu Jorge [como Dondinho, pai de Pelé] acaba se tornando o melhor ator do filme.” Andrew Barker, do site da ‘Variety’

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica do 'Hollywood Reporter' (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: FOTOGRAFIA E EDIÇÃO SÃO INVENTIVAS
Ponto positivo: DRAMATIZAÇÃO É MEDIANA

“O filme vai com certeza agradar os aficionados pelo “jogo bonito”, como dizia Pelé. Infelizmente, falta a faísca necessária para atrair quem não é fã. (…) O estilo de jogo não-ortodoxo e fluido, apelidado de “ginga”, leva a conflitos com seus treinadores, que argumentam que aquilo estava abaixo da dignidade do futebol. Isso acontece até que Pelé apareça, com a liderança do técnico Vicente Feola (Vincent D’Onorio, que se parece com o personagem real, mas não é exatamente convincente como brasileiro).

A dramatização no filme é estritamente mediana, mas as sequências de futebol são soberbamente encenadas com fotografia e edição inventivas. Elas conseguem imergir totalmente o espectador (não é de surpreender que três montadores tenham sido utilizados).

Mas, ironicamente, as cenas mais emocionantes chegam com os créditos finais, em que emocionantes gravações em preto e branco de jogos e destaques da lendária carreira de Pelé na Copa do Mundo são exibidos.” Frank Scheck, da revista ‘Hollywood Reporter’

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica da Slant Magazine (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: FALTA ALEGRIA E SOBRA MELANCOLIA
Ponto positivo: CLICHÊS DE FILMES DE ESPORTE NÃO PREJUDICAM

“O ícone brasileiro Pelé era lendário não só por sua transcendente habilidade no campo, mas por sua efusividade desenfreada. O filme é bastante decepcionante não por abraçar os clichês habituais dos filmes de esporte, entre eles as fraquezas intermiváveis que se transformam em virtudes, mas principalmente em sua notável ausência de alegria.

Ao cobrir os anos de formação de Pelé, nos quais ele foi de uma criança pobre ao jogador que ajudou o Brasil a ganhar a Copa de 1958, os irmãos Zimbalist optam por repetidamente abusar de um sentimentalismo melancólico.

Kevin de Paula, que interpreta o jogador entre 13 e 17 anos, imita Pelé e parece ser dominado mais por uma forte determinação do que pelo desempenho atlético incomum do jogador. O jogo bonito, como Pelé chama o futebol, nunca se mostrou tão cansado e calmo.” Nick Prigge, do site Slant Magazine.

Pelo menos é a conclusão que se tem ao ler as primeiras críticas da imprensa americana sobre “Pelé – O nascimento de uma lenda”, filme baseado no começo da carreira de Edson Arantes do Nascimento e seu surgimento como rei do futebol na Copa de 1958. O longa ainda não tem data confirmada de estreia no Brasil e chega aos EUA nesta sexta-feira (13).

Parte técnica = camisa 10
Roteiro, atuações e o filme como um todo são mal falados. A parte técnica é que rende elogios. As imagens e cores criadas pelo diretor de fotografia Matthew Libatique (de “Cisne Negro” e “Noé”) são consideradas “vigorosas”. A trilha sonora de A.R. Rahman (“Quem quer ser um milionário?”) carrega forte na percussão e recebe adjetivos como “impecável”.

A direção de Jeff e Mike Zimbalist não parece ser problema para os críticos. O trabalho dos irmãos americanos é elogiado, por terem familiaridade com os temas futebol e Brasil. Eles dirigiram o documentário “The Two Escobars”, que mostra a história de dois colombianos, o narcotraficante Pablo Escobar e o lateral Andres Escobar, mortos nos anos 90. Também fizeram “Favela Rising”, documentário sobre o Afro-reggae.

Veja trechos de textos publicados por críticos em sites americanos:

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica do site 'Variety' (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: DIÁLOGOS SÃO CONSTRANGEDORES
Ponto positivo: É DIVERTIDO PARA QUEM CURTE FUTEBOL

“Ao dramatizar a vida de uma estrela e a primeira conquista de Copa do Mundo, o filme falado em inglês tenta fazer seu melhor visualmente para mostrar o quão revolucionário foi o surgimento de Pelé. Mas o longa deixa os espectadores continuamente paralisados graças a uma narrativa sem inspiração e ultra tradicional.

Os diálogos são bem constrangedores e o roteiro é esteriotipado, mas mesmo assim fãs do futebol vão se divertir ao ver jogadores famosos recriados. Estão incluídos Felipe Simas como o alegre e acima do peso Garrincha e Fernando Caruso na pele do ranzinza Zito.

Os três montadores conseguem manter frenética a ação no campo. Os dois atores escalados para viverem Pelé parecem ter sido escolhidos mais por serem parecidos com o jogador e serem bons de bola do que por seus talentos como ator, mas, francamente, o desempenho deles na atuação é tão bom quanto o filme precisa. Seu Jorge [como Dondinho, pai de Pelé] acaba se tornando o melhor ator do filme.” Andrew Barker, do site da ‘Variety’

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica do 'Hollywood Reporter' (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: FOTOGRAFIA E EDIÇÃO SÃO INVENTIVAS
Ponto positivo: DRAMATIZAÇÃO É MEDIANA

“O filme vai com certeza agradar os aficionados pelo “jogo bonito”, como dizia Pelé. Infelizmente, falta a faísca necessária para atrair quem não é fã. (…) O estilo de jogo não-ortodoxo e fluido, apelidado de “ginga”, leva a conflitos com seus treinadores, que argumentam que aquilo estava abaixo da dignidade do futebol. Isso acontece até que Pelé apareça, com a liderança do técnico Vicente Feola (Vincent D’Onorio, que se parece com o personagem real, mas não é exatamente convincente como brasileiro).

A dramatização no filme é estritamente mediana, mas as sequências de futebol são soberbamente encenadas com fotografia e edição inventivas. Elas conseguem imergir totalmente o espectador (não é de surpreender que três montadores tenham sido utilizados).

Mas, ironicamente, as cenas mais emocionantes chegam com os créditos finais, em que emocionantes gravações em preto e branco de jogos e destaques da lendária carreira de Pelé na Copa do Mundo são exibidos.” Frank Scheck, da revista ‘Hollywood Reporter’

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica da Slant Magazine (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: FALTA ALEGRIA E SOBRA MELANCOLIA
Ponto positivo: CLICHÊS DE FILMES DE ESPORTE NÃO PREJUDICAM

“O ícone brasileiro Pelé era lendário não só por sua transcendente habilidade no campo, mas por sua efusividade desenfreada. O filme é bastante decepcionante não por abraçar os clichês habituais dos filmes de esporte, entre eles as fraquezas intermiváveis que se transformam em virtudes, mas principalmente em sua notável ausência de alegria.

Ao cobrir os anos de formação de Pelé, nos quais ele foi de uma criança pobre ao jogador que ajudou o Brasil a ganhar a Copa de 1958, os irmãos Zimbalist optam por repetidamente abusar de um sentimentalismo melancólico.

Kevin de Paula, que interpreta o jogador entre 13 e 17 anos, imita Pelé e parece ser dominado mais por uma forte determinação do que pelo desempenho atlético incomum do jogador. O jogo bonito, como Pelé chama o futebol, nunca se mostrou tão cansado e calmo.” Nick Prigge, do site Slant Magazine

'Pelé - O nascimento de uma lenda': crítica do Movie Nation (Foto: Divulgação)

Ponto negativo: FILME É MUITO HOLLYWOODIANO
Ponto positivo: DIRETORES SABEM DE FUTEBOL E BRASIL

“Então, ‘Pelé: O nascimento de uma lenda’ vai pelo caminho mais fácil. Os cineastas focam nos primeiros anos da carreira do jogador, antes que ele crie sua personalidade ‘maior do que a vida’. Mas mesmo dentro desses limites, ‘Pelé’ é suave demais e muito hollywoodiano (é português brasileiro com sotaque inglês). Às vezes é divertido, uma biografia deslumbrante no campo, mas construída em torno de protagonistas totalmente sem sabor.

Os documentaristas Jeff e Michael Zimbalist conhecem o Brasil (“Favela Rising”) e o futebol (“The Two Escobars”). Eles sabem do tema, mostram conhecer bem a pobreza do jovem engraxate chamado Edson Arantes do Nascimento. Racismo, pobreza, preconceitos e tragédia estão no caminho do garoto. (…)

O jovem Kevin de Paula sabe dar cabeçadas, bicicletas e chapéus nos adversários, como os que fizeram Pelé ficar famoso. Vemos a ação, mas muito pouco da poesia, do prazer, do sentimento do pequeno garoto se divertindo e se tornando adulto. Aqui, a vida gloriosa vivida graças ao “jogo bonito” é mais uma pintura estática. Não uma celebração colorida e animada de uma lenda que ganhou todo o mundo tendo habilidade com os pés e sorriso contagiante.” Roger Moore, do site Movie Nation.

Redação