Voz de Gal Costa ecoa por igreja em missa de 7º dia com atriz Sophie Charlotte
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A missa de sétimo dia da cantora Gal Costa, morta na última quarta-feira (9), aconteceu na noite desta terça-feira (15), na igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Foi no bairro nobre da capital fluminense que ela se firmou como figura emblemática da contracultura no país.
A celebração, organizada por parentes e amigos, reuniu artistas como o cantor e compositor Moreno Veloso, filho de Caetano Veloso. Ele, que é afilhado de Gal, se emocionou muito durante a cerimônia. “Tem muito silêncio dentro do meu coração. Mas o que me salva desse silêncio é justamente a voz, o canto dela. A música está dentro da gente e ajuda nessas horas”, disse.
Já a atriz Sophie Charlotte, que interpreta a cantora no filme “Meu Nome É Gal”, disse que Gal sempre foi muito carinhosa e disponível. “Dela vieram muitas inspirações. A gente sempre trocava mensagens, eu nem sei onde começa e termina essa convivência”.
A missa foi celebrada pelo padre Jorge Luiz da Silva, conhecido como padre Jorjão. O sacerdote que já ministrou outras homenagens para artistas como Tom Jobim, Renato Russo e Paulo Gustavo, destacou que Gal foi uma pessoa marcante, principalmente por sua voz.
“Quando você ouve uma voz como a da Gal você vê que Deus existe. Porque Ele coloca no mundo essas vozes para que se possa ver sua beleza. Quem ouviu a voz da Gal sabia que ela estava na graça de Deus”, afirmou.
Já Guto Burgos falou sobre a morte repentina da irmã. “Foi tão antes da hora. Ela dormiu e não acordou. Quero que ela fique em paz. Era isso que ela, uma pessoa tão meiga, sempre quis: estar em paz”, disse emocionado.
A artista morreu aos 77 anos e foi sepultada em São Paulo após velório aberto ao público na Assembleia Legislativa de São Paulo, a Alesp. Segundo Burgos, porém, o desejo da cantora era ter sido enterrada no Rio de Janeiro, do lado da mãe, Mariah.
Estavam ainda na missa o cantor Jards Macalé e a cantora e compositora Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura e irmã de Chico Buarque, que relembrou os tempos de adolescência, quando conheceu Gal.
“Nunca imaginei não ter Gal. Eu aprendi música com ela e João Gilberto. Conheci Gal ainda garota quando era só a Gracinha. Era um encanto, sempre uma doçura de pessoa é mulher de muita fé”, disse.
No fim da celebração, uma voz gritou “Viva Gal” e todos os presentes aplaudiram Gal Costa. Os aplausos que duraram pouco mais de um minuto sem cessar, antecederam a gravação da música “Alguém Cantando” com a voz de Gal Costa que ecoou na centenária igreja de Ipanema.
O santuário onde aconteceu a missa de sétimo dia fica localizada no mesmo bairro das famosas “dunas de Gal”, espaço da orla batizado em homenagem à cantora em 1972, durante a construção do emissário submarino da praia de Ipanema. O prefeito da cidade, Eduardo Paes, também já prometeu uma estátua da cantora no local.
Redação com FOLHAPRESS