
Após embate com Felipe Melo, rival elogia: “É um jogador leal, humilde”
Por - em 8 anos atrás 491
A estreia de Felipe Melo em partidas oficiais com a camisa do Palmeiras, por tudo que o jogador representa e pelas declarações dadas na sua chegada à Academia, gerou uma expectativa, que foi confirmada na estreia do Paulistão, diante do Botafogo, na vitória por 1 a 0.
Os torcedores do Verdão que foram à Arena Palmeiras vibraram com as entradas mais duras, as divididas fortes, os chutões para a lateral e a imposição de respeito do ex-volante da seleção brasileira.
Dentro de campo, aquele que mais se fez presente nos lances, não tem reclamações a fazer. Lateral direito do Botafogo, Samuel Santos não fugiu do embate, respondeu às provocações, entrou em divididas e tentou dar-lhe um chapéu – e foi obrigado a ouvir os berros após cair no chão (veja acima).

Algo a dizer sobre a postura de Felipe Melo? Não. Samuel Santos fez elogios ao volante e, com uma foto postada nas redes sociais, destacou o respeito de ambos, a vontade de vencer e a luta dos jogadores pelo sustento da família e pelos companheiros que defendem a mesma camisa.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, o jogador do Botafogo garantiu que a polêmica criada em torno do volante no retorno ao Brasil, com direito a “promessa de tapa” na cara de uruguaio, não passou dos microfones.
– Todos conhecem a figura do Felipe Melo. É um cara que se impõe, tem liderança, contagia a equipe e a torcida. Ele participou de lances polêmicos no passado, mas contra nós mostrou ser um cara totalmente diferente. Jogou limpo, não deu pontapé, não teve agressão verbal. Ele sabe vender a figura dele – comentou Samuel Santos.
Durante a partida, uma dividida, seguida de um bate-boca, esquentou o clima dentro de campo. No lance, o jogador do Botafogo disse que Felipe Melo o “convidou” para colocar os pés na divida, e a resposta foi no mesmo tom.
– Ele cobrou o árbitro, dizendo que o Rafael Bastos tinha feito três faltas nele e que merecia cartão amarelo. Quando ele fez a segunda falta no Rafael, eu fui falar para ele parar de reclamar, pois ele também merecia cartão. Ele falou algo, mas não ouvi. Na sequência, teve uma dividida na lateral. Ele falou para eu colocar o pé e eu disse que ia dar uma caneta dele. Coisas de jogo. Faz parte – relembrou Samuel Santos.
No segundo tempo, os dois protagonizaram outro lance “quente”. Ao tentar dar um chapéu e ser desarmado, Samuel Santos caiu no chão. O botafoguense procurou o árbitro para pedir uma falta, foi ignorado e teve que ouvir os berros do volante palmeirense.
– O Felipe Melo é inteligente. Ele faz aquilo para contagiar o time, levantar a torcida. Qual torcedor não quer um jogador desse, com raça, com vontade, dividindo todas as bolas? Eu também jogo dessa forma. Faço o mesmo pela torcida do Botafogo. Por isso entendo o lado dele.

Um presente: a camisa de Felipe Melo
Foi a primeira vez que Samuel Santos enfrentou Felipe Melo. A imagem que ele tinha do jogador foi desfeita após o duelo na arena. Assim que o árbitro apitou o fim da partida, o volante palmeirense o chamou para uma conversa. Samuel não sabia do que se tratava, mas foi e ficou honrado com as palavras ditas pelo rival.
– Na hora não pensei em nada. Fui para saber o que ele tinha para falar. Ele me parabenizou, disse que fizemos uma boa partida, que eu fiz o que deveria ser feito. Receber elogios de um cara que jogou tanto tempo na Europa, seleção brasileira, não é todo dia – declarou.
No momento da conversa, Felipe Melo já estava sem a camisa do Palmeiras. Otimista com a estreia botafoguense e esperançoso com uma possível classificação ao mata-mata, Samuel Santos espera ganhar uma camisa do volante.
– Ele já tinha dado a camisa dele, mas não faltarão oportunidades. Quem sabe num reencontro no mata-mata? Acho que ele não negaria. É um jogador leal, humilde. Vou pedir, com certeza – comentou.
E se tivesse briga?
Samuel Santos foi valente durante o jogo, mas se o duelo partisse para a troca de socos e pontapés, sua postura provavelmente seria diferente.
Bem humorado, o lateral botafoguense disse que não entraria no “octógono” com Felipe Melo, mas contaria com a ajuda dos amigos para enfrentar o volante do Palmeiras.
– Ah, não dá, né? Ele é muito maior do que eu. Mas eu tenho o meu amigo Neneca para me ajudar. Aí ficaria uma briga boa (risos). Mas eu não sou disso, não chegaria a esse ponto. Acho que ele também não agiria dessa forma – brincou Samuel Santos.
Redação