Fluminense ganha do Flamengo em jogo do Campeonato Brasileiro

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André e Nenê comemoram gol do Fluminense sobre o Flamengo — Foto: Marcos RibolliEm uma comparação “barata”, o enredo deste domingo foi o inverso da última quarta-feira: se contra o Athletico-PR, o Fluminense começou voando e parou de jogar com 20 minutos, contra o Flamengo, despertou apenas na reta final, chegando ao gol – o único da partida – já nos acréscimos, no apagar das luzes da Neo Química Arena, em São Paulo.

Há quem diga, inclusive, que clássico não se joga, se ganha. E foi exatamente o que o Tricolor fez na nona rodada do Brasileirão.

Com mudanças na escalação, que contou com a volta de Samuel Xavier e Caio Paulista nos lugares de Calegari e Nenê, o time não viu a bola no primeiro tempo e apenas assistiu o Flamengo, que chegou com perigo com Bruno Henrique, Michael, Rodrigo Caio e Gustavo Henrique. Mas Marcos Felipe e o travessão salvaram o Flu.

Com a volta de Caio e a saída de Nenê, Cazares ficou responsável por articular as jogadas, mas a bola praticamente não parava nos pés do Fluminense. Nos primeiros 45 minutos foram apenas 35% de posse, mas pouca agressividade (que não tem nada a ver com violência) na marcação.Pedro e Luccas Claro, Flamengo x Fluminense — Foto: Marcos Ribolli / ge

A equipe foi para o intervalo com três desarmes concluídos e 10 sofridos. Ou seja, dava campo, perdia a bola com facilidade e não conseguia puxar contra-ataques, terminando com apenas uma cabeçada de Fred após bom cruzamento de Egídio.

Na marcação, a dupla Nino e Luccas Claro, junto a Martinelli, se desdobrou em campo e, sem a bola, ficou em uma missão “eterna” de caçar os adversários. Os três foram bem, mas sofreram no jogo aéreo. Nas bolas alçadas na área na primeira etapa, os zagueiros do Flu perderam quase todos os confrontos pelo alto para o Flamengo.

Apático e improdutivo, o Fluminense voltou para o segundo tempo sem mudanças, dando sinais de que o cenário seria o mesmo da primeira etapa. E foi pelos 20 primeiros minutos. Mas o que não vinha acontecendo, aconteceu: as substituições surtiram efeito. Se Roger já foi criticado quando o time caiu de produção após as mexidas, neste domingo, precisa ser reconhecido.

Roger Machado, Flamengo x Fluminense — Foto: Marcos Ribolli / geAos 20, o treinador tirou Cazares e Fred para colocar Nenê e Lucca. A intenção, além de renovar as energias do time, era explorar as transições em velocidade. Como o Fluminense jogava com a linhas baixas e buscava sair nos contra-ataques, precisava de qualidade no passe/lançamento e infiltração por dentro. Deu certo.

Nenê entrou muito bem e lançou duas vezes Lucca. Na primeira, o atacante foi bem ao driblar Diego Alves fora da área, mas pecou na finalização. Na segunda, parou em boa defesa do goleiro rubro-negro.

O Tricolor, então, começava a dar sinais de que estava no jogo e não só mais se defendia.

Aos 25, foi a vez de Luiz Henrique ser acionado no lugar de Caio Paulista, que diga-se de passagem foi quem salvou no primeiro tempo. LH não vinha bem, mas no Fla-Flu relembrou a última temporada, quando subiu com Odair e virou titular com Marcão. Em seu jogo de número 50, foi agudo, obrigou Diego Alves a fazer grande defesa e ainda deu assistência para André.

Por falar em André, o volante entrou aos 41 minutos no lugar de Martinelli, exausto pela função de “marcar o tempo inteiro”, e precisou de apenas quatro para virar o herói (improvável) do jogo. O oportunismo e a estrela no gol, o primeiro como profissional, inclusive, podem ajudar a abrir portas por mais chances com Roger. O jovem de 19 anos já mostrou bastante potencial na base, mas ainda é pouco utilizado nos profissionais e chegou a ter o nome especulado para empréstimo.

Quem também foi acionado foi Kayky: o atacante entrou junto com André para substituir Biel e participou da jogada do gol. Aliás, todos os atletas envolvidos no lance que decidiu o clássico entraram na segunda etapa: Nenê, Kayky, Luiz Henrique e André.

A vitória deve, sim, ser comemorada – ainda mais nos acréscimos e em um Fla-Flu – mas não esconde fragilidades que precisam ser resolvidas o quanto antes. O Fluminense não pode se permitir jogar apenas 20 ou 30 minutos (como foi no início contra o CAP e no fim contra o Flamengo); Roger ainda precisa buscar alternativas que não se limitem a jogar no contra-ataque ou na bola aérea; e o meio de campo, seja com Nenê, Cazares ou Ganso, tem qualidade para produzir mais (muito mais).

Com o resultado, o Tricolor encerrou uma sequência de quatro partidas sem vencer e chegou a 13 pontos no Campeonato Brasileiro. O próximo desafio da equipe é diante do Ceará, quarta-feira, em São Januário, e na outra semana já tem Libertadores. Que o Fla-Flu sirva de combustível, mas também de exemplo (do que deve e do que não deve ser feito).

Redação com GE

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