Fluminense perde para o Juventude e se complica na competição

Por Redação - em 9 meses atrás 46

O Fluminense viveu um risco calculado no Alfredo Jaconi. Ao decidir poupar alguns titulares, como o zagueiro Thiago Silva e o volante André, foi derrotado por 3 a 2 para o Juventude, nesta quinta-feira, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. A lição que fica é sobre o que fazer com este resultado: é fato que o segundo tempo desastroso merece ser pontuado, mas o placar — que chegou a flertar com um desastre — se mostra reversível no Maracanã.

Quando falamos em lições, algumas precisam ser pontuadas antes de analisar a partida. Primeiramente, sobre o desempenho do Fluminense. Se dá para tirar algo de positivo é que a derrota pode servir como um alerta para a realidade. A reação no Campeonato Brasileiro é visível e merece elogios, mas acontece porque o time consegue se manter concentrado e sem falhas por 90 minutos. Isso não aconteceu, no máximo, por 45 minutos em Caxias do Sul.

Outro ponto é a decisão do técnico Mano Menezes de poupar, que ele justificou em coletiva. É natural que o torcedor fique irritado após o resultado. Mas aqui, fica a opinião do repórter: concordo com a escolha. A prioridade do Fluminense é fugir da zona de rebaixamento e todos os movimentos têm que ser pensados para o Campeonato Brasileiro. Uma queda nas oitavas de final não é nada perto da ida para a segunda divisão. Por mais que tropeços como este doam.

Também não pode existir uma “Thiagodependência” no Fluminense. Ele mesmo já afirmou que não irá atuar em todos os jogos e seus companheiros precisam saber se virar quando ele não estiver na defesa. O Tricolor passou três jogos sem tomar gol para tomar três em um. Não pode acontecer. É o momento de Ignácio, contratado nesta janela de transferência, também mostrar a que veio.

Por fim, a principal lição é: a derrota para o Juventude passa longe de resultar numa terra arrasada. E não deve minar em nada a reação que a equipe está tendo no Brasileirão.

Sobre o jogo, o Fluminense viveu dois tempos distintos. De modo geral, não sofreu sustos na primeira etapa. Dizer que a atuação foi boa seria exagero, assim como classificar como regular seria pouco. Competiu e fez aquilo que se espera de uma equipe que atua fora de casa num jogo de mata-mata: atacou, conseguia se defender e esfriava o jogo quando necessário. O gol cedo ajudou nesta missão.

Foi Lima quem abriu o placar, mas os elogios precisam se estender a Nonato. Enquanto esteve em campo, foi o melhor dentro das quatro linhas. No ataque, participou de forma decisiva da jogada e deu a assistência para seu companheiro marcar. Na defesa, conseguiu preencher bem os espaços deixado por um time desentrosado e sentindo a ausência de André no setor. Até que uma pancada no tornozelo o tirou de combate. Foi o início da derrocada.
Mesmo os melhores minutos do Fluminense vinham acompanhados de alguns problemas. Sem Thiago Silva, teve muitos problemas nas bolas aéreas e passou a ceder muitos espaços para o Juventude alçar bolas. A entrada de Antônio Carlos que, em tese, seria uma a melhor opção neste quesito, pouco solucionou e a atuação do zagueiro deixou a desejar. O que preocupa ainda mais pelo fato de Ignácio não ter sido testado.

Marcelo foi mal como meia, o que é normal pensando no lado tático já que está se acostumando a executar uma nova função. Mas um erro de tomada de decisão custou caro: numa bola de passe simples, onde Kauã Elias sairia de frente para o gol, tentou mais um drible e perdeu a chance clara para o 2 a 0 do Fluminense. Também foi substituído no intervalo.

Então, na segunda etapa, vieram os problemas. Bastaram 10 minutos para tudo de louvável que o Fluminense construiu começar a ruir. Exatamente pelos problemas já citados anteriormente: a liberdade que o Juventude tinha para cruzar bolas na área e as falhas do sistema defensivo.

No primeiro gol, o Fluminense deu muito espaço na frente da área, que resultou na enfiada de bola entre Thiago Santos e Antônio Carlos. De quebra, Fábio cometeu uma falha feia, saindo pra abafar e socou a bola na muvuca, fazendo-a sobrar livre para Lucas Barbosa empatar. Depois, novo cruzamento com liberdade e nova falha de Fábio, onde Rodrigo Sana completou.

Mais do que os gols sofridos, o comportamento da defesa é inaceitável para um time que se comporta da forma que o Fluminense tende a exercer.

Neste momento, era mais provável que o Juventude fizesse o quarto gol do que o Fluminense descontasse. Felizmente, o contrário aconteceu. As entradas de Paulo Henrique Ganso e Jhon Arias naturalmente melhoraram a equipe. O colombiano achou um lindo cruzamento para Thiago Santos completar para as redes. Com o 3 a 2, o resultado se mostra muto mais reversível no Maracanã.

A derrota foi ruim. O resultado poderia ser pior. Mas poderia ser melhor. Como dito no início, a questão é o que fazer com este revés. Voltar a ter a confiança abalada é o pior dos caminhos. Confiar que a boa fase também virá atrelada a percalços parece ser a melhor decisão.

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