Parecia a crônica da tragédia anunciada. Botafogo-PB e Sport se enfrentavam neste domingo no Estádio Almeidão, em João Pessoa, estreando pela Copa do Nordeste. Nas arquibancadas, as torcidas dos dois times dividiam o mesmo setor, a arquibancada sol, correspondente à geral do estádio, único local liberado. Separados apenas por um cordão formado por homens da PM, botafoguenses e leoninos entraram em confronto. Para dispersá-los, os policiais usaram gás de pimenta, que foi levado pelo vento e atingiu os jogadores em campo, deixando a partida paralisada por cinco minutos.
Os torcedores de Botafogo-PB e Sport precisaram ocupar o mesmo setor no Almeidão porque o estádio passa por reformas. Aos 12 minutos do segundo tempo, logo depois do gol de empate do Sport e da expulsão do atacante Frontini, do Botafogo, começou o tumulto. Segundo o coronel José Almeida, da PM, a confusão teve início quando torcedores rubro-negros começaram a atirar pedras e latas em direção aos botafoguenses e aos policiais.
– A gente precisou reagir para conter os torcedores (do Sport). Primeiro usamos spray de pimenta. Como não foi suficiente, tivemos que usar as balas de borracha. Mas tudo dentro do procedimento normal da PM – explicou o coronel.
O problema é que o spray de pimenta, carregado pelo vento em direção ao campo, acabou atingindo vários jogadores reservas do Sport, que estavam no banco e à beira do gramado. Imediatamente, os atletas rubro-negros invadiram o campo para fugir do gás. Atletas do Botafogo também tiveram problemas e precisaram lavar o rosto por conta da irritação nos olhos.
Nas arquibancadas, torcedores do Sport precisaram ser atendidos. Uma mulher desmaiou por conta do efeito do gás de pimenta e um homem foi atingido pelas balas de borracha. Profissionais de imprensa e outras pessoas que estavam no campo fazendo a cobertura do jogo também sofreram os efeitos do gás.
Globoesporte.com