Após 52 anos, Dom José Maria Pires recebe título de Cidadão Paraibano vetado pela Ditadura Militar
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O arcebispo emérito da Paraíba Dom José Maria Pires recebeu, na tarde desta segunda-feira (18), o título de Cidadão Paraibano. A homenagem pós-morte é uma reparação histórica 52 após a concessão do título, que não pode ser recebido em vida a Dom José na época por motivos políticos durante a Ditadura Militar.
Dom José faleceu em 2017 e completaria 100 anos em 2019. No evento, realizado no plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), também foi lançado um documentário sobre a vida do arcebispo.
O presidente da ALPB, Adriano Galdino, disse durante o evento que a Casa de Epitácio pessoa faz justiça, embora tardia, ao reconhecer o merecimento de Dom José ao título. Ele pontuou que o religioso era um homem de posições firmes.
“Em defesa dos mais humildes, mais pobres, das minorias, nos nossos índios, negros e ele teve o privilégio de ser o primeiro bispo negro do Brasil. Pela sua maneira de ser, pelo seu posicionamento foi impedido de receber essa honraria concedida pela Assembleia da Paraíba… era um cidadão que tinhas posições, mas não posições partidárias, tinha posição em defesa dos mais humildes, dos mais podres. É respeitadíssimo por isso”, declarou.
O Arcebispo da Paraíba, Dom Delson, agradeceu pela homenagem feita a Dom José. Ele destacou o merecimento da honraria, e lembrou a trajetória de Dom José na Arquidiocese da Paraíba.
“A Diocese está muito feliz por essa homenagem a Dom José Maria Pires. Ele recebe o título de Cidadão Paraibano pós-morte, mas merecido, e sabemos que o sentimento do povo paraibano em relação a Dom José é que ele é realmente um cidadão paraibano. Já está na alma e no coração do povo. Me alegro muito e agradeço de coração, a memória de Dom José Maria Pires significa muito a sua trajetória. 30 anos à frente da diocese servindo ao povo de Deus e ao povo paraibano. Muitas lutas, muitos enfrentamentos, muito testemunho de vida e reconhecimento creio que chegou depois da sua morte, mas que vale muito para os anais da nossa história”, disse.
Redação