Bumlai diz que Marisa e sócio de filho de Lula pediram obra em sítio

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bunlai jpeO pecuarista José Carlos Bumlai afirmou em depoimento na Polícia Federal (PF), em São Paulo, que, em uma visita ao sítio de Atibaia (SP), a ex-primeira dama Marisa Letícia e Fernando Bittar, sócio do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, perguntaram se ele poderia realizar uma obra de ampliação no local para que pudessem passar os finais de semana e acomodar alguns materiais.

O depoimento foi prestado na quarta (17), e o conteúdo foi divulgado na íntegra nesta quinta-feira (18). Bumali é réu na Operação Lava Jato, acusado dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta contra instituição financeira.

A área rural é alvo de investigação da PF e do Ministério Público Federal (MPF) em meio à Operação Lava Jato. O sítio está em nome de Bittar e de Jonas Leite Suassuna, que também é sócio do filho de Lula. Entretanto, a força-tarefa da Lava Jato suspeita que o ex-presidente seja o real proprietário e tenha omitido o fato das declarações de renda. Lula nega as suspeitas.

Bumlai disse que o local “tratava-se de uma propriedade bastante simples”. Segundo o pecuarista, Bittar e Marisa perguntaram a ele se poderia fazer uma obra de ampliação no local para que pudessem passar os fins de semana e acomodar materiais que seriam levados.

Bumlai relatou à PF que lembrou que os filhos estavam fazendo uma obra de ampliação industrial em uma das usinas pertencentes à família do pecuarista. Então, ele se dispôs a realizar a obra de ampliação nos sítio usando a mão-de-obra contratada pelos filhos.

De acordo com o pecuarista, ele falou com o engenheiro responsável pelas obras e passou o contato de Rogério Aurélio Pimentel, ex-servidor da Presidência da República, e que as questões relacionadas à reforma passaram a ser discutidas entre eles.

Entretanto, poucos dias de se mobilizar para a execução da obra, Bumlai contou que Pimentel disse que não seria mais preciso fazer o serviço porque uma “construtora de verdade” iria fazer a reforma, já que havia pressa. Além disso, o pecuarista relatou nunca ter recebido nenhum projeto de reforma no local.

Bumlai também afirmou no depoimento que, na primeira vez que foi ao sítio, ouviu que o espaço seria destinado para a convivência das famílias Bittar e Lula.. Mas, o pecuarista não informou que fez tal afirmação.

Conforme o depoimento, Bumlai foi ao sítio pela primeira vez no fim de 2010 a convite de Bittar e Marisa Letícia. Bumlai afirmou aos investigadores que Bittar comentou que o sítio foi comprado com um dinheiro o pai dele, Jaco Bittar, havia recebido. Ainda de acordo com o pecuarista, ele conheceu Jaco Bittar por meio de Lula.

Por meio de nota, os advogados de Lula reafirmaram que o ex-presidente não é dono do sítio e que o local pertencer a Bittar e Suassuna. Eles também ressaltaram que o ex-presidente é amigo de Jaco Bittar há mais de 40 anos e que frequentou o sítio, a partir de 2011, a convite dos proprietários.

Confira galeria de fotos do sítio de Atibaia.

Depoimento Bittar
O empresário Fernando Bittar afirmou, também em depoimento à PF, que ele próprio pagou por algumas reformas para “recepção do acervo presidencial” de Lula.

As obras feitas, diz ele, eram de segurança, instalação de gerador e circuito fechado de TV. Segundo o empresário, os documentos que comprovam o pagamento dos serviços foram entregues ao MPF.

Ele negou ter qualquer relacionamento com as benfeitorias realizadas pela construtora OAS no edifício Solaris, o triplex no Guarujá que, conforme as investigações, seria do ex-presidente.

O empresário também afirmou que conheceu o arquiteto Paulo Gordilho, funcionário da construtora OAS, quando trataram da reforma da cozinha do sítio em Atibaia, que, para a PF, foi orientada por Lula e a esposa dele, Marisa Letícia, mas não citou detalhes da negociação. Foi na casa de Paulo Gordilho que a PF encontrou provas de que o Lula e Marisa sabiam e deram orientações sobre a reforma da cozinha no sítio.

Perguntado se contratou alguém para fazer levantamento sobre as obras realizadas no sítio, Bittar disse que, após a conclusão do negócio, contratou e pagou uma pessoa que cursava design de interiores, amiga de sua esposa.

Empréstimo do pai
Bittar contou que a ideia de comprar o sítio surgiu em uma reunião familiar, com seu pai e seus irmãos, com a intenção de receber amigos. O valor do imóvel, à época, era de R$ 1,5 milhão. Para pagar a primeira parcela, diz o empresário, ele emprestou R$ 500 mil deu seu pai (o ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar). O restante foi conseguido com a venda de parte de imóveis ao seu sócio.

G1