Renúncia de Cunha é vista como uma manobra para escapar da cassação
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Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara dos Deputados, da qual já estava afastado por decisão do STF, no que parece ser um bem orquestrado roteiro para não só escapar da cassação como parlamentar, mas, também, para manter grande dose de influência na própria Câmara.
Cunha quer emplacar um novo candidato à presidência da Câmara que lhe seja favorável. No Congresso, onde é dado a artimanhas políticas, ninguém duvida: a renúncia, agora anunciada, à presidência da Câmara é parte de mais um plano de Eduardo Cunha. O objetivo final é salvar o mandato de deputado, evitando que os processos contra ele acabem nas mãos do mais temido juiz entre políticos: Sérgio Moro, do Paraná.
De quebra, ainda como deputado federal, Cunha, que ajudou a formar um grupo influente chamado “centrão” e tem maioria parlamentar na Câmara, escolhe a dedo nomes para sucedê-lo no comando da casa. Quando saiu do Congresso, depois de renunciar a uma presidência que já não lhe pertencia, ele agia como se esse plano velado tivesse dado certo e esperava pelos próximos lances que logo viriam.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Osmar Serraglio, misteriosamente desmarcou a reunião que iria decidir sobre vícios do processo de cassação de Eduardo Cunhaaprovado no Conselho de Ética. Usou como argumento a renúncia e marcou uma reunião para o dia seguinte ao programado: terça-feira (12), quando líderes dos partidos arregimentados pelo centrão já desenhavam outra parte do plano pró-Cunha: escolher também a terça-feira (12) para a eleição do novo presidente da Câmara.
TRAJETÓRIA POLÍTICA DE CUNHA
1991 – Nomeado para comandar a Telerj / relações com PC Farias e Collor
1993 – Exonerado da Telerj
1999 – Presidente da Cehab (Companhia Estadual de Habitação) e atuação com Antony Garotinho
2000 – Afastado da Cehab
Em Brasília
2003 – Assume o primeiro mandato de deputado federal
2015 – Assume a presidência da Câmara
2016 – Renuncia à presidência da Câmara
O QUE CUNHA DISSE
Durante o pronunciamento da renúncia, Eduardo Cunha chorou e disse que é vítima de perseguição.
“Quero agradecer a todos que me apoiaram e me apoiam no meio dessa perseguição e vingança de que sou vítima. Quero agradecer especialmente a minha família de que meus algozes não tiveram o mínimo respeito, atacando de forma covarde especialmente a minha mulher e minha filha mais velha, usam a minha família de forma cruel e desumana visando me atingir. tenho a consciencia tranquila, não só da minha inocência, como de ter contribuído para que o país fosse melhor e se livrasse do criminoso governo do PT. A história fará justiça ao ato de coragem na Câmara dos Deputados, sob meu comando, de abrir o processo de impeachment. que culminou no afastamento da presidente”, disse Cunha.
G1