Uma mulher é estuprada a cada 40 horas na PB; secretário avalia estatística
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Uma mulher é estuprada a cada 40 horas na Paraíba. O dado já é alarmante, mas o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Cláudio Lima, afirma que ele é ainda maior, pois, boa parte das vítimas não denuncia. Medo, vergonha e a culpabilização da mulher impedem que elas entrem para as estatísticas. A conseqüência é que menos agressores são punidos.
O estupro coletivo contra uma adolescente de 16 anos ocorrido no Rio de Janeiro no último dia 21, causou indignação em todo o país e trouxe à tona essas e outras discussões. O delegado do caso foi afastado, depois que insinuou culpa da vítima. Nas 12 delegacias da Mulher da Paraíba, o atendimento é feito por mulheres, para se evitar situações de constrangimento, mas o problema permanece nos municípios onde não há delegacias especializadas. O silêncio impede que os criminosos sejam punidos.
“Os dados de estupro não são confiáveis, porque a mulher não procura. Foram 10 casos na delegacia norte e cinco na sul. Em 95% dos casos conseguimos prender, como no último que envolveu um PM e mais de cinco mulheres. Só que a gente toma conhecimento de casos que não chegam à polícia. A política de prevenção contra crimes sexuais ainda é nova. Muitas não denunciam porque não confiam no aparato estatal ou querem preservar a intimidade”, declarou o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Cláudio Lima.
Para Cláudio, é importante que o atendimento inicial seja prestado por outras mulheres. “Não é só o fato de ser mulher, é de ser capacitada. Há um treinamento específico. Aqui na Paraíba, não temos casos de constrangimento por parte dos delegados. Mesmo formados em Direito, muitos homens não estão preparados para atender”, ressaltou.
Redação