Jornais do Brasil nesta quarta feira 9 de maio
Por - em 7 anos atrás 444
09 de maio de 2018
O Globo
Manchete : Delator envolve vereador no assassinato de Marielle
Segundo depoimento, Marcello Siciliano e chefe de milícia tramaram crime
Ele aponta a atuação da vereadora em comunidades da Zona Oeste como a causa do homicídio, dá detalhes de diálogo entre os supostos mandantes e cita quatro pessoas encarregadas da execução, agora investigadas
ANTÔNIO WERNECK
Uma testemunha ligada à milícia contou à polícia que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex- PM Orlando Oliveira de Araújo, preso desde outubro acusado de chefiar grupo paramilitar, planejaram a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL). No ataque, morreu também o motorista Anderson Gomes. O motivo do crime, segundo o delator, foi a atuação da vereadora em comunidades da Zona Oeste, que teria atrapalhado negócios da milícia. A testemunha-chave, que está sob ameaça, deu detalhes do caso em três depoimentos aos investigadores. Revelou que presenciou conversas entre o político e o ex-policial, que teriam começado a tramar o assassinato em junho. Citou ainda quatro pessoas encarregadas do crime, que agora são investigadas, e disse que dois homicídios em abril na Zona Oeste foram queima de arquivo. A Secretaria de Segurança não se pronunciou, mas deu proteção ao delator. Siciliano nega a acusação. (PÁGINAS 8 a 12)
Barbosa desiste, e disputa eleitoral esquenta
Em um movimento que pode redirecionar as alianças e composições em curso entre partidos e pré-candidatos à Presidência, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa retirou seu nome da disputa. Pelo Twitter, disse que foi “uma decisão estritamente pessoal”. Em entrevista, ele afirmou: “O coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não”. A notícia surpreendeu os pré-candidatos que participaram ontem de um evento da Frente Nacional de Prefeitos, em Niterói. As reações públicas à decisão de Barbosa foram protocolares, mas os partidos comemoram a esperança de herdar eleitores e a saída de um adversário com potencial para crescer. (PÁGINA 3)
BERNARDO MELLO FRANCO
A INCERTEZA CONTINUA
Joaquim Barbosa era o último outsider que parecia ter chance de vencer a eleição. (PÁGINA 2)
Argentina volta a pedir ajuda ao FMI
O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, reúne-se hoje com o FMI para negociar crédito de US$ 30 bilhões. Com dólar instável, taxa de juros em 40% e inflação alta, o país volta ao Fundo depois de quase 15 anos. O presidente Mauricio Macri disse que a medida é necessária para o país crescer. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, não vê riscos de contágio no Brasil. (PÁGINA 17)
Foto-legenda : Zona de confronto
Militares fizeram operação na Vila Kennedy, depois que um carro do Exército foi atingido por tiros durante patrulhamento na noite de segunda-feira. Nenhum militar foi ferido. Moradores afirmam que traficantes fugidos da Cidade de Deus após o assassinato do capitão PM Estefan Contreiras, na última quinta-feira, teriam se escondido na comunidade, e que houve tiroteio entre bandidos e soldados. O Comando Militar do Leste não se manifestou sobre as denúncias dos moradores.
Petrobras, melhor trimestre em 5 anos
Impulsionada pela alta do preço do petróleo e pela redução de despesas, a Petrobras obteve lucro líquido de R$ 6,961 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 56% em relação ao mesmo período de 2017. É o melhor resultado trimestral desde 2013. (PÁGINA 19)
STF manda Aécio para 1ª instância
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou para a primeira instância inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por suspeita de corrupção na construção da Cidade Administrativa. (PÁGINA 6)
Trump sai do acordo com o Irã
O presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã e reimpôs sanções, ameaçando países que as violem. Em reação, a Europa criticou a decisão e anunciou que buscará manter o pacto. O Irã advertiu que retomará o programa nuclear se não houver uma solução logo. (PÁGINAS 22 e 23)
———————————————————————
O Estado de S. Paulo
Manchete : Barbosa desiste de concorrer e eleição fica sem ‘outsider’
Ex-ministro do STF alega razões pessoais e recusa disputar o Planalto; sem ele, PSB analisará cenários
Pouco mais de um mês após se filiar ao PSB, Joaquim Barbosa anunciou ontem que não se candidatará ao Palácio do Planalto. “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a presidente da República. Decisão estritamente pessoal”, escreveu ontem o ex-ministro em seu perfil no Twitter. A decisão surpreendeu líderes e dirigentes do partido e deixou a eleição presidencial sem um précandidato com o perfil de “outsider” (nome de fora da política). Antes do ex-ministro do STF, o empresário e apresentador de TV Luciano Huck cogitou se candidatar, mas também desistiu. Barbosa agitou o quadro eleitoral nacional nas últimas semanas ao somar até 10% das intenções de voto em pesquisa recente. O anúncio de ontem abriu um racha no PSB sobre o futuro eleitoral da legenda e levou outros partidos a iniciar uma ofensiva em busca do apoio dos pessebistas na disputa de outubro.
(POLÍTICA / PÁG. A4)
Em busca dos votos dispensados por Barbosa
Com a decisão de Barbosa de não disputar a Presidência, Alckmin, Ciro, Marina e Álvaro Dias (em evento ontem em Niterói, RJ) vão tentar conquistar eleitores simpáticos ao ex-juiz.
(PÁG. A6)
Petrobrás atinge valor de mercado recorde
Impulsionada pela reestruturação interna e pela alta do petróleo, a Petrobrás atingiu ontem o maior valor de mercado: R$ 312,5 bilhões. Até então, a maior cotação havia sido de R$ 310 bilhões – e a pior, de R$ 67,8 bilhões, após a deflagração da Lava Jato. Sinais de recuperação também aparecem no resultado financeiro de janeiro a março, com lucro de R$ 6,9 bilhões.
(ECONOMIA / PÁG. B6)
Ex-executivos são presos pela PF
Três ex-executivos da Petrobrás foram presos ontem na 51.ª fase da Lava Jato. Investigação aponta pagamento de R$ 200 milhões pela Odebrecht a políticos do MDB e do PT em troca de contrato de US$ 825 milhões com a estatal.
(POLÍTICA / PÁG. A10)
Argentina vai ao FMI para tentar conter crise do dólar
Diante da crise provocada pela alta do dólar, a Argentina pediu empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O valor do que a gestão de Mauricio Macri chamou de “financiamento preventivo” não foi divulgado, mas ficaria em torno de US$ 30 bilhões. Nas últimas semanas, o governo elevou a taxa de juros do país para 40% e gastou US$ 7,3 bilhões.
(ECONOMIA / PÁGS. B1 e B3)
Geddel vira réu no caso dos R$ 51 mi (Política / Pág. A10)
Inquérito de Aécio vai para a 1ª instância (Política / Pág. A10)
Vera Magalhães
A hora da peneira
Por reunir atributos desejados pelo eleitorado cético com a política, Barbosa era o oponente visto como mais perigoso pelos concorrentes. Agora, candidaturas devem se afunilar.
(PÁG. A6)
Monica De Bolle
Tivessem Brasil e Argentina escapado de reforma truncada, haveria melhor perspectiva.
(ECONOMIA / PÁG. B2)
Notas & Informações
Contra a guerra comercial
Um conflito aberto entre EUA e China – talvez ampliado com a participação da UE – é hoje uma das principais ameaças à recuperação da economia global.
(PÁG. A3)
O arrependimento de Dilma
Ela deveria reconhecer avanços da colaboração premiada.
(PÁG. A3)
———————————————————————
Folha de S. Paulo
Manchete : Em crise cambial, Argentina vai ao FMI
Conversas com o Fundo, anunciadas por Mauricio Macri ontem, teriam o objetivo de obter empréstimo de US$ 30 bilhões
Diante da disparada do dólar e da consequente crise cambial na Argentina, o presidente Mauricio Macri anunciou ontem que iniciou conversas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para obter um empréstimo. Segundo Macri, o objetivo das negociações é “alcançar um acordo que permita superar as turbulências cambiais dos últimos dias”.
A Bloomberg informou que o acordo incluiria linha de crédito de US$ 30 biIhões. O governo argentino e o FMI não confirmam o montante. É a primeira vez em 15 anos que o país recorre ao Fundo, instituição que ficou marcada pelos sucessivos resgates à Argentina nas décadas de 1980 e 1990.
Ainda hoje,parte da população associa o colapso econômico de 2001 às imposições do Fundo. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, defendeu o plano. “Nem o FMI é o mesmo, nem a Argentina é a mesma”, disse. “Ambos aprendemos de lições recebidas no passado.” De acordo com Macri, a decisão do governo foi tomada para proteger os salários.
Na semana passada, o dólar se valorizou mais de 5% ante o peso argentino. Para tentar conter a desvalorização — e a inflação, na casa dos 20%—, o Banco Central aumentou os juros por três vezes em uma semana. Ontem, o dólar começou o dia em 23,5 o pesos, mas caiu após o anúncio. (Mercado A14)
Joaquim Barbosa não disputará a Presidência
Joaquim Barbosa, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, anunciou nesta terça (8) que não disputará a eleição para a Presidência da República.
Em uma rede social, disse ter tomado a decisão por razões pessoais. Barbosa, que se filiou ao PSB, aparecia em terceiro lugar em pesquisa Datafolha de abril, com até 10%. (Poder A4)
Alexandre de Moraes tira caso de Aécio do STF
O ministro do Supremo baixou à ia instância seis inquéritos e uma ação penal contra congressistas, entre eles o senador Aécio Neves (PSDB), em caso que envolve a Odebrecht.
Ontem, tomaram-se réus no STF o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), seu irmão e sua mãe. (Poder A9)
Trump anuncia saída dos EUA de acordo nuclear com o Irã
O presidente americano Donald Trump anunciou ontem a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. A decisão concretiza promessa de campanha, mas contraria as vontades dos principais aliados do país.
Para Trump, o pacto firmado há três anos é catastrófico, desastroso e insano. Ele critica, por exemplo, o fato de não contemplar o programa de mísseis balísticos iraniano nem a intervenção do país na Síria e no Iêmen.
“Se eu deixasse esse acordo de pé, haveria uma corrida por armamentos nucleares no Oriente Médio”, disse o republicano. “Não podemos impedir uma bomba nuclear iraniana com a estrutura apodrecida do acordo atual.”
Com o rompimento, os EUA voltarão a impor sanções ao Irã. A decisão americana não significa a extinção do pacto. Mas, para analistas, é questão de tempo até que os europeus se vejam forçados a abandoná-lo.
Além do governo americano, que assinou o termo sob Obama, são signatários Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia. (Mundo A11)
Dólar sobe para R$ 3,57 após anúncio (Mercado A15)
Testemunha liga vereador e ex-PM a morte de Marielle
O vereador do Rio Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial Orlando Oliveira de Araújo, acusado de chefiar uma milícia, foram apontados por uma testemunha como mandantes do assassinato de Marielle Franco (PSOL), informou o jornal O Globo. (Cotidiano B4)
Hidrante sem água dificultou trabalho em prédio que ruiu
Durante combate às chamas no prédio do centro de São Paulo, bombeiros tiveram que adotar técnica de racionamento no auge do fogo, enquanto caminhões-pipa se revezavam.
Ontem, um corpo carbonizado foi encontrado sob os escombros. (Cotidiano B1)
Editorial
Menos imprevisível
Sobre corrida presidencial sem Joaquim Barbosa.
Roleta iraniana
Acerca de retirada dos EUA de acordo nuclear. (Opinião A2).
Redação